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Institucional - 7 de março de 2019

MG: Do choque de gestão ao choque de realidade, Minas sob comando do Novo não tem novidade.


Romeu Zema está na vitrine do Novo. Aos 54 anos, o empresário de Araxá é o grande trunfo do partido para mostrar a que veio na política. Governando Minas Gerais, ele tem a missão de provar que eficiência administrativa, redução do Estado e transparência são bandeiras que transcendem o discurso. Entre os planos já traçados constam um amplo ajuste nas contas públicas, combalidas pelo déficit estimado em 30 bilhões de reais, e o corte de gastos “na carne” para poder refinanciar a dívida com a União. Porém, logo nos dois primeiros meses de Governo, a nova cara do executivo mineiro se deparou com um choque de realidade que exige dele ainda mais poder de negociação do que o de sua jornada como gestor à frente de seus negócios.

No olho do furacão, o governador se empenha em desarmar petardos que ameaçavam comprometer seu início de gestão em Minas. De um lado, prefeitos enfurecidos pela falta de repasses de recursos aos municípios, que se acumulam desde a administração Pimentel. Do outro, servidores públicos impacientes pelos atrasos de salário e do 13º. O vice-governador Paulo Brant recorreu à premissa do “cobertor curto” ao tentar dimensionar o tamanho do “dilema de Sofia”. “A arrecadação do Estado não é suficiente para pagar servidores e fazer repasses aos prefeitos. Nesse momento, é um ou outro”, discursou durante um pronunciamento em que tentava acalmar os prefeitos.

Mobilizados pela Associação Mineira de Municípios (AMM), chefes do executivo de várias cidades foram à Cidade Administrativa, sede do governo, para cobrar de Zema a dívida referente ao mês de janeiro, sem contar os quase 12 bilhões retidos por Pimentel. A revolta ganhou contornos de protesto depois de serem barrados pela polícia na entrada. “Fala uma coisa e pratica outra”, gritava um dos prefeitos, em referência ao governador e ao seu partido. “Cadê o João Amoedo? Cadê o Novo?”. Já o prefeito de Moema e presidente da AMM, Julvan Lacerda (MDB), foi além ao manifestar seu descontentamento. “Nem o Governo anterior, com todo seu desleixo com as prefeituras, nos tratou dessa forma.”

O desgaste se acentuou a ponto de prefeitos cogitarem um pedido de impeachment de Zema e mais de 100 prefeituras anunciarem o adiamento das aulas para depois do Carnaval, já que boa parte dos recursos retidos pelo Estado se refere a verbas do Fundeb, destinadas à educação. “Nosso Estado está falido, sem condições de honrar compromissos importantes, mas faremos tudo possível para ajudar as prefeituras”, afirmou o governador, que tem dado prioridade à quitação integral da dívida com Brumadinho, em torno de 20 milhões de reais, devido ao impacto econômico do desastre da Vale na cidade.
Noticia10/elpais

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