Porto Seguro: Festival mostra beleza e diversidade das aves existentes na região
O 1º Festival de Aves de Porto Seguro segue até este domingo (22), reunindo exposição fotográfica, atividades de educação ambiental e contação de histórias. Na sexta-feira (20), mais de 500 estudantes estiveram na Cidade Histórica, para acompanhar o primeiro dia do evento. Segundo a coordenadora da RPPN Estação Veracel, a bióloga Virginia Camargos, o festival busca estimular as pessoas sobre a importância das aves para a conservação da natureza. “Nós temos a pegada da educação ambiental, onde tentamos conscientizar as pessoas que a ave vale muito mais em liberdade do que presa na gaiola”, diz Virginia.
Virginia lembrou que há um ano e meio foi instalado o projeto de observação de aves na região, contemplando quatro unidades de conservação: as RPPNs Estação Veracel e Rio do Brasil, o Parque Nacional do Pau Brasil e o Refúgio da Vida Silvestre. “O festival veio para fechar um projeto que agora vai andar pelas próprias pernas”, destaca ela. Entre os convidados para o festival, está o educador ambiental Daniel Cywinski. Ele é idealizador e coordenador do projeto que serviu de referência para o evento de Porto Seguro: o Festival de Aves de Paraty, no Rio de Janeiro, que é realizado há seis anos e vem apresentando bons resultados para o turismo e para o meio ambiente da região.
Daniel explica que em Paraty o projeto reúne estratégias com ações de educação ambiental em escolas e ações com a Secretaria de Turismo, no sentido de construir a política pública do turismo de observação de aves. “O festival é o ápice dessa estratégia, onde procuramos chamar a atenção de toda a cidade para o tema do turismo de observação de aves e das aves livres. Nestes seis anos, já percebemos que o tema de observação de aves já acontece de maneira transversal ao trabalho oferecido pelo conjunto de pessoas que atuam com turismo”, ressalta ele.
O coordenador do projeto de Paraty destaca que a observação de aves é um estilo de vida. “Quando a observação de aves entra na vida de uma pessoa ela acaba modificando diversos hábitos. Desde o hábito de observar o mundo. Ele também passa a ser uma pessoa muito mais sensível para as questões ambientais. Um observador de aves reconhece imediatamente que para preservar aquela prática precisa preservar o meio onde essas aves estão”, enfatiza Daniel.
Presente também ao evento, o ornitólogo do Instituto Butantã (SP), Luciano Lima, destacou que a observação de aves hoje é a atividade ao ar livre que mais cresce no mundo. “Só nos Estados Unidos ela movimenta cifras ligadas a 40 ou 50 bilhões de dólares. E o Brasil é o mercado não só potencial, mas é um mercado já em expansão, ligado a atividade e a observação de aves. Ele compõe muito porque ajuda várias coisas aqui no turismo de Porto Seguro, como reduzir a sazonalidade. Traz um turista que em média gasta três vezes mais que o turista convencional. E no final das contas o observador de aves é um consumidor da floresta em pé. Temos hoje toda essa questão de sustentabilidade, que nada mais é que conseguir dar valor a floresta em pé, que a gente não comprometa o futuro de nossos filhos e netos e a observação e aves ajuda a fazer isso”, destaca o ornitólogo.
Luciano ressalta que a Costa do Descobrimento é reconhecida no mundo inteiro como um lugar de maior ocorrência e concentração de espécie de aves ameaçadas e endêmicas ligadas à Mata Atlântica. “Estamos lançando o guia das aves da Costa do Descobrimento, que vai ser uma distribuição gratuita para as escolas. Na realidade queremos que esse guia seja uma ferramenta de educação e de conservação da região. Na verdade buscamos que as pessoas conheçam esses outros habitantes aqui da região. Habitantes que moram nas cidades, na Estação Veracel e que muitas vezes são desconhecidos. Se você imaginar que tem um passarinho que é azul fluorescente e roxo (o Crejoá) e quem vem gente do Japão, dos Estados Unidos, da Bélgica e da Holanda para cá para observar. Em tão o propósito aqui é justamente isso, mostrar um pouco dessa diversidade”, ressalta ele.
Educador ambiental há 40 anos, o veterinário Lélio Costa e Silva, lembrou a importância da atividade para despertar um olhar diferenciado nas pessoas. “O objetivo é encantar, encantar pelo estudo das aves e fazer com que as pessoas se sensibilizem através da arte, trabalhando os sentidos. Temos oficinas de modelagem, oficinas de colorir, temos também as pinturas e temos os quebra-cabeças para trabalhar a questão do raciocínio lógico. Todos com o tema aves”, explica Lélio.
Vestida de fada Dália, a bióloga Ligia Mendes busca despertar esse olhar nas crianças, contando de forma lúdica a lenda indígena pataxó: A mãe da lua e o bacurau. Durante a história são apresentados os sons de diversas aves existentes na região para que as crianças possam identificá-las. “A ideia é exatamente essa, que eles comecem a perceber esses sons e comecem a procurar esses animais quando ouvirem esses sons. Aí, naturalmente, a observação de pássaros vai começar a fazer parte do dia a dia deles”, conclui Ligia.
Noticia10/radar64
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