Montanha: Trabalhadores em educação do Brasil repudiam militarização de escola
Valorizar a moral e o civismo entre os alunos foi a explicação dada pela prefeita Iracy Baltar (DEM) para criar a Escola Militar Municipal na Escola Municipal de Educação Infantil (EMEF) Domingos Martins, medida que será implementada ainda este ano, como anuncia a prefeita. A experiência, no entanto, “já se mostrou desastrosa em outros municípios do pais”, como alerta a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), em nota de repúdio divulgada nesta quarta-feira (3), em Brasília.
“A verdade é que experiências de militarização em escolas não têm sido positivas em outras unidades da Federação, com situações de estudantes passando mal em decorrência de disciplinas de exercícios militares no âmbito das escolas e professores militares (sem o devido aporte de recursos pedagógicos típicos dos trabalhadores/as em educação) maltratando estudantes, com quase enforcamentos, em nome de uma disciplina”, diz o documento.
A CNTE defende que a prefeita “revogue as medidas” na direção da criação da escola. “O repúdio dos educadores brasileiros vem acompanhado de um sinal de alerta: esse processo de militarização da educação, que vem aumentando em algumas cidades brasileiras, tanto na gestão das escolas quanto em processos de desenvolvimento pedagógico de atividades escolares, incorre em sérios riscos para a consolidação de uma educação pública, laica e de valores republicanos”.
A direção da CNTE diz que “as escolas militares existem e devem se limitar ao seu espaço e à sua proposta pedagógica. O grande problema da militarização aqui denunciada e repudiada é a apropriação das unidades públicas de educação, tanto nos Estados quanto nos municípios, pela gestão ou lógica militar no desenvolvimento pedagógico”.
Vai além: “A educação pública nos estados e nos municípios conta com profissionais formados e preparados para promover a educação dos brasileiros, com cursos de pedagogia e licenciaturas próprias para atuar na área. Toda essa estrutura, inclusive, conta com um arcabouço legal e normativo próprios”.
Para a diretoria executiva da CNTE, não se pode abrir mão de uma educação pública, gratuita, socialmente referenciada e laica. “Os valores cultivados nas escolas não podem ser outros, sob pena de abrirmos mão de conquistas históricas da sociedade brasileira, pelo menos desde a Constituição de 1988. Repudiamos, portanto, esse tipo de apropriação dos espaços públicos por lógicas militares! Os educadoress brasileiros/as lançam um alerta para esse problema que só vem aumentando em nosso país. Atividades militares não são apropriadas para a escola pública brasileira.”
Noticia10/ascom
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