Aracruz: Flamengo observa time indígena do município e prevê parcerias.
Uma pergunta simples, alguns segundos em silêncio antes de dar a resposta e um turbilhão de lembranças. Quando questionado sobre a sensação de coordenar um dos primeiros projetos indígenas de futebol do Espírito Santo a participar de campeonatos pela região Sudeste, Fabrício da Silva Nunes, que também atua como técnico do Tupiniquim, não escondeu a emoção e revelou que o caminho percorrido desde 2006 – ano da fundação do time -, foi árduo, mas com o final feliz que ele sempre planejou.
Fabrício, que é irmão do Cacique Fabiano Lemos, disse que inicialmente seu único objetivo era promover a inclusão social, fazendo com que o povo da aldeia Caieiras Velhas, em Aracruz – a cerca de 80km de Vitória – tivesse a mesma oportunidade de participar de projetos e iniciativas antes destinadas, ou pensadas, somente para outro público. O plano foi alcançado através do futebol, e agora ele quer ir mais longe. O treinador da equipe de índios projetou uma campanha digna da Copa A Gazetinha 2018.
“Passamos por muitas dificuldades por três anos e as coisas só começaram a melhorar quando alguns amigos da Associação Indígena do Espírito Santo passaram a auxiliar. Somos um projeto social, então, a gente se mantém vivo por conta da ajuda de todo mundo. Às vezes as pessoas falam em inclusão social da boca para fora, mas aqui levamos isso a sério. A alegria que temos é dar uma melhor condição para as crianças. E temos conseguido fazer isso. Agora, no ano que vem, vamos com tudo para fazer bonito na A Gazetinha”, disse.
E se engana quem acha que futebol para os pequenos jogadores do Tupiniquim é praticado só por diversão. Eles possuem um histórico de respeito em eventos realizados no Estado. No currículo o time tem um vice-campeonato da Copa Trivela, que reúne as principais escolinhas de Vitória, e uma participação na fase final da A Gazetinha com o sub-11. Hoje o Tupiniquim conta com mais de 90 atletas, sendo quase todos de origem indígena. Além do bom volante Christopher Pajehu, de 10 anos, o técnico tem no ataque Heytor Quiezza, artilheiro habilidoso.
“O Heytor é muito bom de bola e se ele continuar treinando tem um futuro muito bonito pela frente. Ele é um jogador de velocidade, drible e ótima finalização. No ano que vem em março, ele já tem até um teste de avaliação com um olheiro do Flamengo que está interessado no futebol dele”, revelou Fabrício.
Noticia10/ascom
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