Porto Seguro: Jogos Indígenas Pataxó reúnem dezenas de tribos
A história dos índios pataxós desde os tempos da invasão portuguesa, por volta de 1500, é marcada com a luta constante para manter costumes, língua e tradições. E no Dia do Índio eles buscaram integrar ainda mais as aldeias usando o esporte, dezenas de tribos se encontram na Arena Boca da Barra, em Porto Seguro (BA), para a 9ª edição dos Jogos Indígenas Pataxó. Por lá, armas, vestimentas e utensílios usados para caçar, produzir artesanatos, construir casas e que são usadas no dia a dia das tribos viram modalidades esportivas. Os participantes disputarão 12 modalidades, incluindo arco e flecha, cabo de guerra, zarabatana, corrida de tora, luta, corrida de maracá, arremesso de tacape, corrida de 100m, natação, canoagem, futebol e meia maratona.
Os Jogos Indígenas Pataxó são vistos pela comunidade como uma forma de os índios da etnia reforçarem a necessidade de expandir o conhecimento sobre sua existência, que faz parte da história do país, e são referência de projeto cultural bem-sucedido e o maior evento esportivo indígena do Nordeste. Os milhares de turistas e a própria população consideram o evento como uma das principais atrações de Porto Seguro nesta época do ano e uma chance de participar da comunidade pataxó, que mantém as portas da reserva abertas para visitação. “Visitar a aldeia na Reserva da Jaqueira é uma experiência que mostra como eles mesmos conseguiram transformar o lugar. Você vai visitar não só porque está ajudando o índio, mas para conhecer uma série de questões ligadas a cultura deles, base da nação brasileira”, explica o prefeito da cidade Richard Alves.
Os indígenas da tribo pataxó contam que, apesar das conquistas adquiridas até hoje, principalmente com mais acesso à educação, saúde e apoio cultural, eles ainda têm muitos obstáculos pelo reconhecimento do território indígena. Nitynawã Pataxó, uma das líderes da comunidade que fica dentro da Reserva da Jaqueira, em Porto Seguro, ressalta que a principal maneira de mudar a atual situação indígena é o índio “não ter medo de se orgulhar daquilo que está no sangue”. “Durante muitos anos nos calamos, fomos obrigados a ser aldeados e nos adaptar a essa nova realidade e tínhamos muito medo de tudo. Mas hoje, o recado que devemos deixar é de que a gente lute e defenda nossos diretos, sem vergonha de dizer quem somos”.
Em uma palestra a visitantes, pouco antes da abertura dos jogos, Nitynawã Pataxó lembrou uma matança ocorrida em 1951, na aldeia da Barra Velha. Segundo a história da tribo, na época, policiais militares do estado teriam sido responsáveis pelos crimes bárbaros, que quase dizimaram a aldeia. “Meninas foram estupradas e homens, espancados. Muitos viraram escravos, porque ficaram sem opção”, lamenta. Os indígenas da região foram expulsos e passaram a se dispersar por todo o território baiano. Só na Bahia hoje vivem mais de 25 mil índios, espalhados em 32 aldeias indígenas da etnia pataxó.
Noticia10/correiobrasiliense
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