Home Cidade e Região Espírito Santo ES: depredações, saques e violência deixa o Estado vivendo “anarquia” na segurança pública com greve da polícia.
Espírito Santo - 6 de fevereiro de 2017

ES: depredações, saques e violência deixa o Estado vivendo “anarquia” na segurança pública com greve da polícia.

Escolas fechadas. Postos de saúde fechados. Comércio fechado. Tudo está interrompido ou suspenso por enquanto. É a sociedade sentindo a ausência da Polícia Militar do Espírito Santo nas ruas. A PMES está, desde a última sexta-feira (3) passando por uma “greve branca” ou “aquartelamento”, como classificou o Governo do Estado por meio da secretaria de Segurança (Sesp). Os protestos se multiplicaram pelo estado capixaba e seguiram durante todo o fim de semana, impedindo a saída de carros e policiais dos quartéis e instalando o caos em todo o estado. Desde sexta, o município de Serra ficou sem policiamento nas ruas e foram registrados diversos roubos e tentativas de homicídios. De norte ao sul do estado, não há policiamento nas ruas.

A violência explodiu no final de semana no Espírito Santo. Da zero hora de sábado até as 6 horas desta segunda já foram registradas 39 mortes. O balanço inclui as primeiras horas do terceiro dia do movimento de familiares de policiais militares, que impedem a saída das viaturas e deixaram as cidades do Estado sem policiamento. Dezesseis mortes ocorreram só nas primeiras horas desta segunda-feira, ou seja, entre 0h e 6h. Os maiores números de mortes violentas foram registradas na cidade da Serra, com seis, seguida por Vila Velha, com 4 casos, e São Mateus, com 3. Outros três homicídios ocorreram em Vila Velha, Guarapari e Viana.

Já o domingo, segundo dia do movimento, fechou com outras 16 mortes. A liderança ficou com Vila Velha, com quatro casos, seguido de Serra, com três. Já no primeiro dia da manifestação, o último sábado, foram registradas sete mortes.O comércio capixaba já soma um prejuízo de, ao menos, R$ 400 mil por causa de arrombamentos e saques. Desde o fim da sexta-feira (3), mais de 100 lojas na Grande Vitória foram alvo de criminosos. mais de 100 lojas foram saqueadas e depredadas desde o início do movimento. “O ato que tirou a Polícia Militar (PM) das ruas pegou o comércio e a população desprevenidos. Com exceção das lojas que ficam em shopping, que têm segurança própria, o restante do comércio está sendo altamente afetado”, diz o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços, e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Lino Sepulcri.

Com a falta de policiamento nas ruas, uma onda de violência atinge todo o estado capixaba. As voltas às aulas foram suspensas na maioria das escolas e a recomendação é que a população procure não sair de casa. Em Vitória, o atendimento médico também está paralisado por conta da violência. Sobre a suspensão do atendimento de saúde, a administração diz que deseja “resguardar a integridade e a segurança de pacientes e servidores” e, “com isso, a vacinação contra a febre amarela está temporariamente suspensa até o fim do protesto”. Esse atendimento continua normalmente nas unidades de pronto atendimento da Praia do Suá e São Pedro, segundo a prefeitura.

Em São Mateus, Norte do Estado, o fim de semana também foi de muita tensão e pânico, lojas foram saqueadas e pessoas abordadas nas ruas, o clima de insegurança fez com que a população não saísse as ruas e se recolhessem bem cedo. No domingo (5), o governo do Espírito Santo suspendeu as negociações com familiares de policiais militares e entrou na Justiça para conseguir a ilegalidade do ato. Uma reunião estava programada para segunda-feira, mas foi cancelada até que o patrulhamento seja retomado nas ruas.
Noticia10

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