Preliminares não são “firula”, mas necessidade fisiológica para as mulheres
O senso comum prega que as preliminares são de extrema importância para a excitação feminina no sexo, pois aumenta o vínculo e a cumplicidade com o par, gerando mais intimidade e satisfação. No entanto, as carícias pré-transa não deveriam ser associadas às questões de gênero e à uma sutil tentativa de romantizar a sexualidade da mulher. As preliminares são uma necessidade fisiológica para as mulheres, pois preparam o seu corpo da maneira ideal para o sexo.
De acordo com Maria Cristina Romualdo Galati, mestre em Ciência da Saúde pela Unifesp (Universidade Federal Paulista) e orientadora sexual do Instituto Kaplan, de São Paulo (SP), quanto mais excitadas a mulher estiver, mais ativa será sua circulação sanguínea e mais sangue será destinado à região genital. “A vagina se incha e o clitóris fica intumescido, aumentando a sua sensibilidade”, conta.
A reação vasocongestiva nos tecidos que circundam a vagina libera gotículas, que se agregam e formam a lubrificação vaginal. “A excitação é fundamental para a lubrificação. E sendo a vagina um órgão que se dilata no momento da penetração, a lubrificação age como um facilitador, tornando as paredes vaginais mais elásticas e distensíveis. Isso auxilia na melhor acomodação do pênis e evita que a relação seja incômoda ou dolorosa”, explica Rodrigo Pereira de Freitas, ginecologista do Hospital Samaritano de São Paulo, na capital paulista.
“A penetração em si não é o que proporciona prazer à mulher, pois sua área mais sensível é a parte mais rasa, digamos, da vagina. E é essa a região mais afetada positivamente pelas preliminares”, aponta a ginecologista e obstetra Carolina Ambrogini, idealizadora do Projeto Afrodite do Departamento de Ginecologia da Unifesp.
Segundo Rodrigo, é importante lembrar que como a velocidade de excitação é diferente para as mulheres em comparação aos homens, esse momento é fundamental para o prazer feminino. “É também durante as preliminares que são liberados os hormônios que ajudam a mulher atingir o orgasmo”, completa Rosa Neme, ginecologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo (SP).
Vale ressaltar que a diminuição de hormônios decorrente da menopausa pode prejudicar a lubrificação. Segundo Carolina, a mucosa da vagina se torna mais fina e menos vascularizada, fazendo com que a mulher demore mais para se sentir lubrificada. Uso de determinados medicamentos, falta de libido e de interesse pelo sexo, alterações psíquicas, TPM e alterações como endometriose e miomas também podem causar o problema, causando uma relação sexual dolorosa e desagradável. “Os lubrificantes podem facilitar a penetração, mas se não houver harmonia nesse momento, nada será muito agradável”, comenta Rosa.
Não existem regras sobre quais são as caricias essenciais ou quais zonas erógenas devem ser estimuladas. Afinal, cada mulher é única, cada corpo responde de um jeito aos estímulos e uma relação sexual nunca é igual à outra. “Algumas mulheres sentem-se estimuladas com um beijo, com o ambiente ou até com uma música que as tornam tão excitadas quanto o toque e as carícias em áreas erógenas. A somatória de tudo isso torna o momento mais excitante e satisfatório”, fala Rodrigo.
O mais importante, de acordo com especialistas, é o autoconhecimento. “Masturbação é essencial para a mulher descobrir como e onde sente prazer e a lidar melhor com o próprio corpo”, fala Maria Cristina. “Dessa forma, ela vai saber como conduzir melhor o par durante o sexo e a tirar maior proveito de todas as circunstâncias.”
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