BA: secretário de segurança do Estado diz que “O PCC virou uma multinacional da droga”
Estados próximos à região de fronteira do Brasil com Paraguai, Bolívia, Peru, Colômbia e Venezuela têm visto com mais evidência confrontos diretos entre o PCC (Primeiro Comando da Capital) e outras facções criminosas na disputa pelo controle do narcotráfico. Na região Nordeste, no entanto, as quadrilhas locais mantêm o protagonismo.
O motivo, na avaliação do secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Teles Barbosa, está ligado ao interesse do grupo paulista em ficar nos bastidores, e não à resistência das quadrilhas menores.
“O PCC virou uma multinacional da droga”, afirma Barbosa, que desde setembro de 2016 é também o presidente do Consene (Conselho de Segurança Pública do Nordeste). “Como eles têm um mercado consumidor garantido, até porque estão no Paraguai e na Bolívia fornecendo droga diretamente para quase todos os Estados, eles não querem entrar no varejo.”
Barbosa aguarda informações atualizadas dos órgãos de inteligência nos Estados vizinhos para poder identificar oficialmente onde, na região Nordeste, a organização tem papel direto no comando do crime organizado e em que locais prefere agir como provedora de recursos (drogas e armas).
“A ação do PCC no fornecimento de drogas está estabelecida na Bahia e em boa parte dos Estados da região Nordeste. Não é de hoje que a gente tem relatórios confirmando isso. Cinco anos atrás, quando eu era chefe de inteligência, eu já prendia traficante em São Paulo, nos braços do PCC”, afirma Barbosa, que é delegado de Polícia Federal.
Somente a Bahia tem quatro principais facções locais ligadas ao narcotráfico, de acordo com ele: Bonde do Maluco, Comissão da Paz, Katiara e Caveira. Ao comparar os baianos ao PCC, de São Paulo, e ao rival Comando Vermelho, do Rio de Janeiro, o secretário avalia que as facções locais são menos organizadas, com exceção do Bonde do Maluco, “que se assemelha muito aos paulistas e tem seu líder fora do Estado, com atuação próxima ao PCC”.
A influência do PCC é notória, mas, apesar de sua força, não tem intenção de ir além, na opinião de Barbosa, por uma questão de negócios. “O mercado consumidor do Nordeste é muito de crack, diferentemente dos Estados da região Sudeste. Não é o caso de um mercado consumidor de cocaína, como no Rio de Janeiro e São Paulo, onde você consegue dar uma sustentação a um tráfico mais economicamente atrativo.”
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