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Minas Gerais - 20 de dezembro de 2016

MG: Seca derruba até a safra de pequi

A safra do pequi, que vai de dezembro a fevereiro, sempre proporcionou o aumento da geração de renda e o sustento de famílias de pequenos produtores, ocasionando também maior movimento no comércio, em vários municípios do Norte de Minas. Neste ano, no entanto, a chegada da “época do pequi” está longe de representar a bonança das safras anteriores, devido a uma situação inusitada: a elevada queda na produção do fruto-símbolo do cerrado. A falta de chuvas e a morte de pequizeiros, atacados por uma praga, são apontados como os motivos da vertiginosa redução da colheita, que segundo os próprios produtores, pode chegar a 80%.

Os pequizeiros sempre foram resistentes à escassez de chuvas. Mas, avaliam os produtores, como o Norte de Minas teve quatro ano seguidos de estiagens prolongadas, a espécie também não resistiu e sofreu a drástica queda na produção. Nos últimos anos, os pés de pequi também estão sendo atacados por um besouro que destrói as folhas e as flores da planta, impedindo a produção e matando as árvores.

Os efeitos negativos da brusca queda na produção do pequi são sentidos em Japonvar – município de 8,4 mil habitantes. Como em outros pequenos municípios do Norte de Minas, os moradores ficam na expectativa da chegada desta época do ano, com a esperança de ganhar algum dinheiro como catadores do fruto nativo no mato, em um trabalho que envolve famílias inteiras, incluindo as crianças. Desta vez, a redenção não veio.

O presidente da Cooperativa dos Pequenos Produtores e Catadores de Pequi de Japonvar (Cooperjap), Josué Barbosa de Araújo, afirma que Japonvar tem cerca de 400 famílias – totalizando em torno de 2 mil pessoas – que, nesta época, acordam cedo para ir para o meio do mato “catar” pequi, que é apanhado depois de cair no chão, normalmente, de madrugada e pela manhã. Como o fruto é nativo, ele é catado no chão pelos moradores de maneira extrativista, independentemente de quem seja dono das propriedades onde estão os pequizeiros.

A Cooperativa dos Pequenos Produtores e Catadores de Pequi de Japonvar (Cooperjap) foi criada com o objetivo de incrementar o extrativismo e aumentar a renda dos catadores de pequi no município. No entanto, há dois anos que a entidade – que tem 180 famílias cooperadas – está parada, devido a uma dívida de impostos e outros encargos com o governo do Estado. O presidente da Cooperjap, Josué Barbosa de Araújo, disse que está tentando negociar o pagamento dos débitos, a fim de que a cooperativa possa retomar os trabalhos e auxiliar os pequenos agricultores e catadores. “Na verdade, embora a dívida esteja em R$ 300 mil, o valor inicial era de R$ 58 mil. O restante é de juros e multas, que estamos tentando negociar para que sejam perdoados. Assim, teremos condições de pagar o que estamos devendo e a cooperativa poderá voltar a funcionar, ajudando os pequenos agricultores”, assegura Josué.
Noticia10/estadodeminas

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