“Acho estranho não ter nenhuma mulher no governo”, diz a cantora Tiê
Para a cantora paulistana Tiê, 36, a formação do ministério do presidente interino Michel Temer é “bizarra”. “É assustador. De repente vemos a formação de um governo só de homens”, diz a cantora. O fato é especialmente alarmante para ela, se comparado com a sua atuação engajada no Conselho da Cidade de São Paulo, da qual é integrante e onde existe a obrigatoriedade de ser formado por 50% de homens e 50% de mulheres.
Na próxima terça-feira (31), às 21h, ela apresentará no Teatro Porto Seguro a turnê “Esmeraldas”, em um show com canções como “Isqueiro Azul”, “A Noite” (tema da novela “I Love Paraisópolis”), “Mínimo Maravilhoso” e “Máquina de Lavar”. Porém, com tanta coisa acontecendo no cenário político, durante uma entrevista fica difícil fugir de temas como o impeachment de Dilma Rousseff e sobre o novo Ministério da Cultura. “Não tem como acabar com o Ministério da Cultura. Se não, quem vai cuidar disso? A cultura não é só entretenimento”, disse.
Tiê acha graça quando as pessoas criticam os artistas dizendo que eles são “vagabundos sustentados pelo governo”. “Já me disseram que eu fico mamando na Lei Rouanet e que comprei uma Maserati. Deixa só eles verem o meu Uno Mille amarelo”, desabafou. “A gente rala pra caramba. A música é arte. A música ensina”. A cantora lamenta que a internet tenha dado vozes a pessoas desequilibradas. “Lembro de ver uma reportagem com a Mallu Magalhães. Ela dizia que sofria ao ler comentários dizendo que ela era uma ‘retardada’. Ela tinha 15 anos e era uma gênia”, comenta. “É por isso que eu nunca leio os comentários que falam mal de mim. Meu irmão que me defende, desde o Orkut”.
Noticia10/uol
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