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Bahia - 6 de abril de 2016

Mucuri: Juca Andrade, um ativista social nascido do meio do povo.

“Olha, não existe um dia se quer que eu não chore, que a dor de alguém não me incomode, que os problemas de alguém não passam também a ser problemas meus, sei que parece utopia, vocês podem inclusive não acreditar mas se não fosse essa doação diária talvez eu nem mais estaria vivo!” (Juca Andrade em off)

O radialista Juca Andrade personifica um caso raro, ao menos em nossa região, de simbiose entre os ativismos sociais e a preocupação com o povo mais simples e humilde na essência e pureza do que é ser humanista. Juca tem como poucos o acesso e trânsito livre entre o povo e suas problemáticas, fica inclusive difícil em alguns momentos perceber quem é Juca Andrade e que é o José Francisco, pai, esposo, avô e cidadão comum, expressão inclusive que não o agrada, ele costuma atribuir para si uma obrigação crônica no que tange o social, “deixei de ser cidadão comum quando fui posto frente a frente com o que é comum para muitos, a precária situação em que sobrevivem os nossos menos favorecidos”.

A trajetória desse mineiro da cidade de Valão, município de Teófilo Otoni, há mais de trinta anos de alma apaixonadamente baiana tem vários momentos de enfrentamento as duras realidades que são de conhecimento cotidiano dos menos favorecidos nesse Brasil, talvez daí nasça a predestinação que Juca tem de lidar com as causas humanitárias. Presidente do conselho municipal de saúde de Mucuri, fundador da casa do mel e criador do centro de recuperação “libertar” Juca Andrade é um conceituado radialista que adotou Mucuri como casa, com importantes contribuições sociais na cidade e na região trabalhou em duas das maiores rádios do Sul da Bahia, Abrolhos e 3 Corações FM, sendo que foram os seus trabalhos na 3 Corações que o credenciaram em 2008 a compor como vice na chapa encabeçada por Anderson na disputa pela prefeitura de Mucuri.

Juca Andrade é casado com a senhora Márcia Andrade e pai de cinco filhos, quatro meninos e uma menina, falar sobre família e de família com Juca tem sido uma tarefa delicada e comovente uma vez que uma grande tragédia se abateu sobre eles, de forma brutal, covarde e desumana a família Andrade perdeu Pablo, o filho mais velho de Juca, cercado de muito mistério e ocultações a perda de Pablo tem feito com que Juca se incline para uma linha tênue em relação as suas defesas, garantia de direitos para os humanos. Pablo Andrade desapareceu em uma véspera de natal e o que se tem de informações é que em uma ação policial ele pode ter sido vitimado e seu corpo ocultado, por hora certezas só das lágrimas que regam uma face que tem ajudado a tantos mas que ainda busca com a inquietude no olhar uma resposta para tanta dor e sofrimento.

O homem que não mede esforços por uma justa causa parece se conformar com as injustiças que lhe acarretam, faz planos de poder contribuir mais com o social e convida a nossa equipe para finalizar o bate papo contando uma de suas tantas aventuras próximo ao Rio Coca Cola, Rio que corta a propriedade onde fica instalado o centro de recuperação “libertar”. “Vejam os internos tomando café, comigo nem sempre foi assim, lembro quando vagava pelas ruas de São Paulo com amigos ( andarilhos, ou mendigos como queiram) estávamos na Praça da Sé, com fome e frio, em frente a catedral o padre nos convida para entrar, nos serve uma gamela com pães de sal bem duros, numa inocente brincadeira eu peguei um pão e bati no banco, a reação do padre será inesquecível, virou-se e disse: aproveite que é só este e só hoje, dói até hoje, ali resolvi mudar a minha vida” finalizou Juca Andrade.

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