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Minas Gerais - 1 de fevereiro de 2016

Teófilo Otoni: Dinheiro social ganha espaço entre a população.

 

Se em 1º julho de 1994 o Real foi implantando no país, com bastante alarde á época, o mesmo não pode ser dito a Lisa, apontada como a segunda moeda social criado no Estado de Minas. Não que isso seja ruim, pelo contrário. Ao poucos o ‘dinheiro alternativo’ ao Real está conquistando seu espaço. Se não vejamos. A moeda social foi criada em 2012, há quase quatro anos no varejo de 15 bairros da periferia da cidade, e desde então movimentou cerca de 100 mil lisas em cédulas de 0,50, 1, 2, 5 e 10. Por sinal, a cédula homenageia o padre Giovani (Lisa), figura influente, sobretudo, nos bairros da zona sul.

Desde a criação do Banco Comunitário de Liberdade e Inclusão Solidária Articulada (BANCLISA), o cenário da população dos bairros, principalmente, daqueles em vulnerabilidade social vem mudando. A moeda circula em 15 bairros, onde moram 35 mil pessoas, e já injetou no comércio local o correspondente a pouco mais de R$ 100 mil.

De acordo com Joana Louback, coordenadora do Banclisa, instituição comunitária que administra o dinheiro social, “há estabelecimentos que oferecem descontos de até 10%. As pessoas podem pegar (em empréstimos) até 500 lisas para consumo”, informou. Durante o encontro com o presidente da Associação Comercial e Empresarial, Ricardo Bastos, Joana Louback informou que a moeda social é uma forma de complementação de renda em que os recursos são usados apenas dentro da cidade – Foto: Divulgação

Aproximadamente 200 comerciantes de 15 bairros da cidade aceitam a Lisa. Um deles é a empresária Jorgiany Araújo, dona da farmácia na Avenida João XXIII. Segundo ela, as vendas subiram 20% desde então. Uma das estratégias utilizadas para circulação da moeda nos bairros, como neste caso, Teófilo Rocha, foi oferecer descontos aos clientes, desde que as compras fossem feitas com a moeda social. Outra aposta acertada foi dar troco em lisas a quem paga tanto com o dinheiro alternativo quanto com o Real. “É uma estratégia boa, pois a pessoa que recebe o troco em Lisa continua comprando mercadorias em nossa região, fortalecendo o varejo local”, afirmou Joana Louback.

No último mês de dezembro, foi apresentado a diversos setores da sociedade, entre eles, o chefe do Executivo, Getúlio Neiva, o presidente da ACE – Associação Comercial e Empresarial, Ricardo Bastos e ao diretor da Viação Vale do Mucury, Rômulo Maciel, a proposta de expansão do Banclisa, que segundo Joana Louback, foi criado para desenvolver mais a economia da zona sul, financiando o comércio, serviços, pequenos negócios da comunidade e incentivando o consumo em moeda social. A proposta foi bem avaliada pelos empresários e também pelo prefeito que, por sua vez, prometeram avaliar o plano desenvolvido do banco comunitário.

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