Mucuri: Balneário de Costa Dourada está livre da lama da samarco.

A lama de rejeitos de minério que vazou da barragem da Samarco – cujos donos são a Vale a anglo-australiana BHP Billiton – em Mariana (MG) deve ter chegado ao Extremo sul da Bahia, inclusive à região de Costa Dourada em Mucuri e do arquipélago de Abrolhos, de acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Costa Dourada é um dos principais destinos dessa região conhecida como Costa das Baleias na alta temporada do verão, principalmente no período de carnaval, muito procurada por quem procura descanso aliado ao contato com a natureza.

O presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Cláudio Maretti, disse que “muito provavelmente” a lama no litoral Extremo sul da Bahia é aquela oriunda do desastre em Minas Gerais. “A observação de campo dá indícios da conclusão de que, muito provavelmente, está ligado à lama do Rio Doce, que provém do desastre em Mariana, mas como a lama está muito distante da costa não haverá prejuízos para a o turismo da região” disse. A mancha observada está em “mar aberto” distante das áreas de banho e não oferece nenhum risco as belas praias do balneário.

O balneário de Costa Dourada segue “surfando” as boas ondas trazidas pela virada do ano, com 100% das pousadas ocupadas durante os feriadões do natal e réveillon as praias do balneário bateram recorde de visitação para este período. O Prefeito de Mucuri, Paulinho de Tixa, acredita que o número será ainda maior no período do carnaval e com a segurança de praia limpa para os banhistas. “As praias desta região servem como contraponto da praia da Sede de Mucuri. Na Sede, as pessoas têm a oportunidade de um carnaval com mais folia já nas praias do balneário de Costa Dourada oferecem um carnaval com mais tranquilidade, e claro, lamentamos muito as regiões afetadas pela lama mas temos a felicidade em dizer que nós não teremos esse problema”.

Quanto a Abrolhos não há restrição em relação à visitação e tampouco ao banho nas praias afetadas, segundo as autoridades. De acordo com Marilene Ramos, presidente do IBAMA, haveria risco se houvesse metais pesados, o que não foi verificado. Segundo ela, não há motivos para considerar que a água, mesmo com a mancha, seja tóxica. “Por isso não se está tomando medida de recomendar interrupção nas praias ou no parque de Abrolhos. Óbvio que onde a turbidez é elevada a própria norma diz que é desagradável o banho”, disse.

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