ES: conheça um pouco da região dos Imigrantes, cultura, história e belezas naturais
O Espírito Santo é muito rico geograficamente, o que gera um convite a ótimos passeios. Entre as regiões turísticas do Espírito Santo, está a dos Imigrantes, formada pelos seguintes municípios: Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá, Itarana, Itaguaçu, Santa Teresa e São Roque do Canaã.
O destaque dessa região são as colônias e a cultura dos imigrantes, além da diversidade cultural, da história, da gastronomia e do desenvolvimento das seis cidades que a englobam. São vários quilômetros de belezas naturais, diversão e uma aula de cultura para quem procura conhecer um pouco de suas raízes ou, até mesmo, quer aprender mais sobre o Espírito Santo.
A história da imigração no Estado começa justamente no pacato município de Santa Leopoldina. Antigamente chamado de “Porto de Cachoeiro”, o município recebeu a visita de ‘Dom Pedro II’ e chegou a ser a colônia mais populosa do Brasil. Pelo porto chegaram suíços, tiroleses, pomeranos, italianos, alemães, luxemburgueses e austríacos, entre outros.
Atualmente o município é um sítio histórico, um conjunto arquitetônico rico, com construções em estilo colonial luso-brasileiro, com detalhes da arquitetura anglo-saxônica. No centro da cidade está o Museu do Colono, que funciona numa antiga casa de dois andares, onde é possível conhecer detalhes sobre a vida dos imigrantes. O casarão foi construído por volta de 1877 e abrigou a família Holzmeister até 1969, quando o último herdeiro a vendeu para o governo do Estado. Foi tombado, em 1983, como Patrimônio Histórico e Artístico Estadual.
Tiroleses
A 16 quilômetros da sede de Santa Leopoldina fica o Tirol, uma comunidade formada por descendentes de imigrantes austríacos. Eles ainda tentam manter a língua e os costumes. O maior legado deixado pelos primeiros habitantes do local é a igreja do Divino Espírito Santo, construída em estilo neogótico, em 1898. Há até objetos trazidos originalmente do Tirol, na Áustria. A visita a Santa Leopoldina também vale para conhecer as famosas cachoeiras, como a da Fumaça e a Véu de Noiva.
Pomeranos
Ao chegar no “Porto de Cachoeiro”, muitos imigrantes continuaram dali uma viagem para onde fica hoje Santa Maria de Jetibá. Eles eram, sobretudo, de uma região chamada Pomerânia, ao norte da Alemanha e da Polônia. Atualmente, cerca de 120 mil pomeranos – descendentes de dois mil que imigraram – lutam para manter viva sua língua e sua cultura, como o tradicional casamento, as danças, a música e as roupas.
Santa Maria é um dos núcleos mais populosos do povo pomerano em todo o mundo. Lá há o Museu do Colono, que conta, por meio da exposição de fotos e objetos, a história dos imigrantes, inclusive das dificuldades iniciais que eles tiveram com ocupações e doenças.
Santa Maria de Jetibá é o município do deputado Sérgio Majeski (PSDB). A dica dele para os visitantes é conhecer o Horto Florestal. “Santa Maria é um dos municípios com mais remanescente de Mata Atlântica”, indica. E, também, comer os doces, biscoitos e tortas produzidos na cidade. “São deliciosos”, elogia.
Para ele, a cidade tem um grande potencial turístico natural, devido ao clima, à vegetação e à própria imigração. “Mas, falta ainda criar mais infraestrutura, incentivar mais, preparar mais os moradores para receber turistas. Já me coloquei à disposição dos comerciantes, artesãos e produtores rurais, para que conversemos sobre o que pode ser feito para promover mais o turismo e o agroturismo”, explica.
E por falar em agroturismo, existem lá muitas propriedades que fazem parte do “Circuito Turístico Terras Pomeranas”. Um exemplo é o Sítio Mata Verde, do produtor rural Armindo Marquardt, que se dedica à produção de uvas. Famílias de imigrantes europeus compõem a força de atração de Santa Maria de Jetibá. Em tempo: pomeranos foram a grande maioria, mas a cidade também recebeu outros europeus. Há, inclusive, um grupo de dança folclórica holandesa na cidade.
Outros pomeranos continuaram um pouco mais a caminhada e foram para o município de Itarana. Eles se encontram hoje na localidade de Alto Jatiboca e lá também tentam manter os costumes, as tradições e a língua. Há até um coro de trombonistas, desde 1929. É possível, ainda, encontrar construções rurais com características dos imigrantes pomeranos, como casas e igrejas.
Portugueses
No restante de Itarana, a predominância foi de imigrantes italianos, que vieram em busca de terras e melhores condições de vida. Já na vizinha Itaguaçu, foram os portugueses que chegaram primeiro. Eles fundaram o primeiro núcleo populacional da região às margens do rio Santa Joana. As terras férteis, no entanto, atraíram imigrantes de outros países, como Alemanha, Pomerânia e Itália.
No centro de Itaguaçu, as heranças europeias estão por toda a parte, como na arquitetura. Os principais exemplares são as igrejas, construídas em estilo neogótico, como a Matriz Nossa Senhora Medianeira de todas as Graças, construída em 1953, com vitrais importados da Itália. Outra referência arquitetônica é a Igreja Luterana da comunidade de Palmeira. Fundada em 1902, a construção segue o estilo dos templos luteranos europeus. Itaguaçu também vale a visita pelas belas formações rochosas e as cachoeiras. O turismo ecológico e a prática de esportes radicais têm movimentado a economia local.
Italianos
Dos italianos que desembarcaram no “Porto de Cachoeiro”, a maioria fez o trajeto – hoje conhecido como “Caminho dos Imigrantes” – que os levou ao núcleo Timbuí, onde fica Santa Teresa. Conhecida como a primeira cidade de colonização italiana do Brasil, Santa Teresa teve início em 1874, com a chegada da primeira expedição de italianos.
A Casa Lambert foi umas das primeiras a serem construídas na região. Ela foi habitada por três gerações da família Lambert, um clã de escultores, arquitetos, ferreiros e artistas. Atualmente, funciona como Museu e conta um pouco da história da família e da imigração italiana no município, por meio de fotos, mobílias, objetos, roupas e cartas. Um filme também foi produzido com esse intuito.
Caminhando pela ‘Doce Terra dos Colibris’ é possível perceber outros traços da imigração italiana, nas casas e nos casarios tombados, na Rua do Lazer, na festa em comemoração ao imigrante italiano – sempre em junho, na Festa da Uva e do Vinho, nos grupos de dança italiana, em cantinas e restaurantes, nas praças com jardins europeus e na Igreja Matriz. A cultura italiana está tão bem inserida nos munícipes, que há ensino da história e da língua nas escolas. Santa Teresa também é o berço da Mata Atlântica no Estado, preservada na área de 30 mil m² do Museu de Biologia Mello Leitão, que recentemente se transformou no Instituto Nacional da Mata Atlântica.
Italianos e alemães
De Santa Teresa, muitos italianos, e também algumas famílias alemãs, desceram o Vale do Canaã, ainda no século XIX, fundando o povoado às margens do Rio Santa Maria e do Rio Doce. A cidade recebeu esse nome devido ao santo protetor das doenças, São Roque.
Ali, em 1883, criaram um oratório, onde se encontra erguida hoje a Igreja Matriz. A paróquia foi criada, oficialmente, em 1953. Os italianos também construíram a Capela Nossa Senhora das Graças, cuja primeira missa foi realizada em 1881. Os alemães contribuíram com o desenvolvimento do comércio agrícola e de pequenas indústrias. Apesar de a atividade econômica principal do município ser o cultivo de café, a fabricação de aguardente também se destaca: existem mais de 30 alambiques em São Roque.
Noticia10/eshoje
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