Nova Viçosa: “mar de lama” do canal do tomba faz o povo gritar “fora Fíbria” em audiência pública.
Realizada na última sexta feira dia 27, a audiência pública que teve como objeto do seu chamamento a renovação das incensas ambientais para a continuidade do funcionamento do porto de Caravelas, foi marcada pelo acaloramento da população de Nova Viçosa que a todo o instante se mostrava revoltada com as operações da Fibria, empresa que opera o porto para transporte de eucalipto através de suas barcaças. Chamada pelo ministério público a audiência foi acompanhada e mediada pelo promotor Anselmo lima Pereira, e contou com a participação de políticos, comerciantes e organizações sociais.
As insatisfações da comunidade de Nova Viçosa foram motivadas pelo “mar de lama” que tem tomado conta de suas praias e manguezais, gerando prejuízos para toda a cadeia produtiva tanto pesqueira quanto turística da cidade uma vez que o pescado vem desaparecendo e as praias ficando impróprias para banho, enfraquecendo assim as duas principais matrizes geradoras da economia da cidade, a pesca e o turismo. O “mar de lama” segundo os moradores de Nova Viçosa é resultado da dragagem do canal do Tomba, realizado de duas a três vezes no ano para passagem das barcaças, os rejeitos resultantes desta ação estariam sendo jogados a menos de duas mil milhas náuticas o que estaria poluindo as praias e os mangues de Nova Viçosa.
A dragagem compreende um trecho com mais de um quilômetro de extensão próximo ao Canal do Tomba (uma passagem natural que existe no mangue entre o rio Caravelas e o oceano atlântico). A calha com cinco metros de calado (profundidade) gera cerca de 45 mil m3 (metros cúbicos) de sedimentos “a lama da Fíbria” por dragagem. São essas operações de manutenção da calha que estaria promovendo um grande desequilíbrio ambiental nos manguezais e poluindo as praias de Nova Viçosa, a dragagem levanta uma “nuvem de poeira” subaquática que estaria também prejudicando todo o interligado ecossistema da região.
Num ato de protesto o comercio de Nova Viçosa fechou as portas e a população lotou o centro de formação da cidade para demonstrar as suas indignações em relação a forma com que a empresa vem tratando do assunto, com gritos de “fora Fíbria” e a “lama é da Fíbria” os populares questionaram as renovações de licenças e os danos operacionais e irreparáveis ao equilíbrio ambiental regional. Para os vereadores Anástácio e Rogério Benjamim o momento é de crucial importância para que se comece a tratar do problema, sugeriram inclusive que se mova uma ação civil pública contra a Fíbria, já a empresa vem negando todas as acusações e alega que suas operações no canal do Tomba nada têm a ver com a poluição em Nova Viçosa.
Mesmo assim pelo sétimo ano consecutivo, a Fibria foi selecionada para integrar o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa, a companhia foi incluída na carteira de ações do ISE 2016, que irá vigorar de 4 de janeiro a 29 de dezembro de 2016, além do ISE, a Fibria integra também a carteira 2015-2016 do índice DJSI de Mercados Emergentes (DJSI Emerging Markets), a principal referência do mercado de capitais em índice mundial de sustentabilidade entre as empresas de capital aberto. Com uma expectativa negativa para a temporada turística que se inicia e uma estimativa nada animadora para os pescadores, a comunidade fez um apelo ao ministério público para que se suspenda as licenças de operação das barcaças da Fibria pelo menos até o fim da alta estação.
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