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Minas Gerais - 26 de junho de 2015

BH: suposta atividade racista em escola infantil que crianças se pintaram de preto gera polêmica

 

Causou polêmica nas redes sociais uma atividade em que professores de uma escola particular no bairro São Bento, região Centro-Sul da capital, pintaram de preto cinco alunos, de 0 a 4 anos. Fotos da atividade, que segundo o centro de educação infantil foi feita para que os alunos vivenciassem a experiência de serem negros, foram postadas no Facebook na sexta-feira, e  criticadas por internautas, que consideraram o ato racista. Com a repercussão negativa, o colégio apagou o conteúdo da rede social.

O post em questão vinha com os dizeres: “Essa semana a criançada experimentou ter uma cor diferente. Com tinta apropriada, pintamos nossos corpinhos e passamos a tarde vivenciando ter a cor negra. Foi um experimento estético muito interessante para a meninada”. No entanto, houve reações negativas de internautas. “Atividade racista! Blackface! Não consigo acreditar que vocês viram isso como algo positivo. Não vou questionar como as crianças negras foram pintadas porque visivelmente não tinha nenhuma…”, comentou um.

“Fiquei atônito com o nível de consciência sobre os assuntos étnico-raciais apresentados pelos pedagogos colonizados dessa instituição e exijo um pedido de desculpas muito bem detalhado sobre mais um ato racista fantasiado de processo pedagógico”, postou outro.

A iniciativa foi aprovada por outros, como os psicanalistas Bernardo Carneiro e Elaine Maciel, ambos de 36 anos, pais de um aluno da escola, de 2. “Essa foi uma atividade como outra qualquer, no intuito de promover a fantasia”, explicou Carneiro. “As pessoas se precipitam ao julgar sem realmente saber o contexto da atividade”, completou Elaine.

A escola informou que a atividade tinha como objetivo tratar a diversidade racial – depois de  uma aluna ter chamado de “feia” a personagem de “A Bonequinha Preta”, de Alaíde Lisboa, durante leitura. “As crianças se pintaram, sempre se pintam. Essa foi uma experiência estética para se ver de outra cor. Eles (os alunos) chegaram e disseram: ‘Mudamos de cor’”, disse a professora responsável pela atividade. Com formação em psicologia e psicopedagogia, ela não quis responder se essa seria a primeira vez que teria abordado o racismo com as crianças.

Para especialistas atitude não foi racista

A opinião dos especialistas sobre o caso é divergente, no entanto, eles consideram que é impossível afirmar que a atitude da escola tenha sido racista. Para o mestre em ciências sociais e professor na área de Comunicação Social do Centro Universitário UNA, Aurélio Silva, a atitude da escola, enquanto método pedagógico é, na verdade, positiva.

“A partir do momento em que a escola experimenta socializar com o ambiente externo, fazendo com que as crianças olhem para a diversidade e mostre que existem pessoas de cores hábitos e culturas diferentes isso passa a ser muito positivo. Pelo que entendi, eles queriam mostrar para as crianças que o diferente pode ser tratado como igual, não vejo isso como racismo”, afirma

O tempo/noticia10

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