Bares que fabricam sua própria cerveja despontam no país
Um bar que conta com uma pequena fábrica e produz no próprio estabelecimento a cerveja que serve a seus clientes. Essa pode ser uma definição para o que é um brewpub, negócio que cresce no país junto com o momento favorável vivido pela cerveja artesanal. Endereços do tipo já despontam em lugares como Curitiba, Porto Alegre e São Paulo, onde uma nova casa do tipo foi inaugurada dentro do Eataly, recente novidade gastronômicas da cidade, sob a responsabilidade da Academia Barbante de Cerveja.
A grande vantagem de se frequentar esse tipo de bar é poder beber a cerveja – quase sempre em forma de chope – mais fresca possível, sem que tenha sofrido desgaste por rodar centenas ou milhares de quilômetros, exposta a altas temperaturas e outras adversidades, para chegar de uma fábrica até o copo do consumidor, algo que compromete a qualidade do produto.
“É o que Sady Homrich [sommelier de cervejas e baterista da banda Nenhum de Nós] chamou de cerveja zero quilômetro certa vez”, diz Marcus Ribas, sócio da Cervejaria Nacional, um dos brewpubs mais antigos em atividade no país, que está completando quatro anos. Olhando para o histórico da casa, Ribas afirma que o negócio prosperou junto com o crescimento do mercado artesanal – que, ao seu ver, oferece produtos de “qualidade superior” – como um todo.
“Quando abrimos, em maio de 2011, já havia muita coisa acontecendo, mas não há dúvida de que cresceu muito neste tempo e certamente continuará por alguns anos ainda. Este movimento vai além das nossas fronteiras, é um fenômeno global. Creio que esteja atrelado a outras questões, como o resgate e a revalorização da pequena produção, do natural, do saudável”.
Outra característica dessas pequenas fábricas é variedade de estilos que oferecem em suas torneiras e a flexibilidade para se testar novas experiências. “Por produzimos em pequeníssima escala, temos mais versatilidade e conseguimos uma dinâmica que não é possível mesmo para outros tipos de micro cervejarias”, explica Ribas, lembrando que seu estabelecimento costuma produzir mensalmente alguma receita diferente das cinco que fazem parte da linha fixa do lugar.
Sucesso nos Estados Unidos, onde o formato se casou muito bem com a filosofia cada vez mais forte de apoiar produtores locais, quem pensa em investir em um brewpub no Brasil, contudo, precisa estar ciente das dificuldades inerentes ao negócio. Para fabricar e vender a própria cerveja, é preciso enfrentar alguns níveis de burocracia, tanto com o Ministério da Agricultura quanto com a Anvisa, além de obedecer as leis estaduais e municipais relativas ao funcionamento de bares e restaurantes.
“São as mesmas dificuldades de qualquer bar ou restaurante em nosso país: altíssima carga tributária, legislação trabalhista completamente obsoleta associada a uma mão de obra de baixa qualificação, burocracia infernal e confusa, infra estrutura precária (crises da água e da luz, por exemplo), ou seja, custo Brasil em geral”, enumera Ribas.
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