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Polícia - 25 de maio de 2015

Padre Paraíso: Assassinato de jornalista expõe avanço de crimes violentos

 

Padre Paraíso, no Vale do Jequitinhonha, onde o jornalista Evany José Metzker, 67 anos, foi decapitado no dia 14, era uma cidade pacata, onde a população deixava portas, janelas e carros abertos e as pessoas andavam nas ruas sem medo. Mas a tranquilidade foi substituída pelo medo e pela violência. E não é um caso isolado. O crescimento do número de homicídios, assaltos à mão armada, roubos, explosão de caixas eletrônicos e tráfico de drogas, entre outros, que já atormenta os grandes centros, chegou as pequenas cidades do Norte de Minas e dos vales do Jequitinhonha e do Mucuri, as mais pobres do estado, onde a falta de estrutura e o baixo efetivo das polícias Militar e Civil facilitam a escalada da violência.

Dados da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) indicam que, nos primeiros quatro meses deste ano, a 15ª Regional Integrada de Segurança Pública (Risp), de Teófilo Otoni, que abrange Padre Paraíso, registrou 677 crimes violentos (homicídios e estupros tentados e consumados, assaltos, roubos, sequestros e cárcere privado), um média mensal de 169. Em 2014 inteiro, a média mensal foi de 141 crimes.

Em Padre Paraíso, foram 35 crimes violentos de janeiro a abril, média de 8,7 por mês, excluindo o assassinato de Metzker, e outras ocorrências já registradas neste mês. Em todo o ano passado, foram 49 crimes dessa natureza no município, média de quatro por mês. O número de assassinatos deste ano, incluindo a morte do jornalista, já bateu o do ano passado, quando ocorreram três. Este ano, já são quatro assassinatos.

O avanço da violência interrompe projetos de vida. Depois de se aposentar na Usiminas, em Ipatinga, no Vale do Aço, onde trabalhava no departamento financeiro, Jésus Figueiredo de Souza, de 59 anos, retornou há alguns anos para Padre Paraíso, sua terra natal. Comprou uma casa lotérica na cidade, imaginando que teria paz por se lembrar dos tempos da infância e da adolescência. Mas encontrou uma realidade bem diferente. Em março, depois de três assaltos em 15 meses e aterrorizado, Jésus Figueiredo vendeu a lotérica. “Fiquei com muito medo. Não tive mais clima para continuar no negócio e acabei desistindo. Não tem mais sossego na cidade”, diz o aposentado, que voltou a morar em Ipatinga e viaja sempre para Padre Paraíso, para visitar a mãe.

 

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