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Polícia - 17 de abril de 2015

MG: Detentos de Santa Rita do Sapucaí produzem seis mil sensores eletrônicos por dia

 

 

O Presídio de Santa Rita do Sapucaí agora tem um novo galpão de trabalho. A instalação, apresentada oficialmente nesta quinta-feira (16/4), no município do Sul do estado, permite a 13 detentos trabalhar, de segunda a sexta-feira, oito horas por dia, na montagem de aproximadamente seis mil sensores de portões eletrônicos.

A produção de componentes na unidade prisional é uma realidade devido a uma parceria junto à empresa Intelbrás, que cuidou do treinamento dos detentos. A meta inicial de produção de 93 mil sensores por mês foi superada e, já no mês de março, 13 detentos conseguiram alcançar a marca de 98 mil peças, um recorde de produção desde o início dos trabalhos. Se for mantido o desempenho diário atual, o número de componentes pode se aproximar de 120 mil sensores por mês.

A montagem dos sensores é minuciosa, feita por etapas. Um detento separa as placas eletrônicas, outro faz o teste de funcionamento dos sensores, uma equipe coloca as placas dentro das capas plásticas e, por fim, três presos finalizam o processo produtivo etiquetando e embalando o produto final.

Edson Alexandre Rodrigues, 38, cumpre pena há três anos no Presídio de Santa Rita do Sapucaí e, desde o início, procurou por oportunidades de trabalho dentro da unidade. “Esta é quinta empresa para a qual trabalho aqui dentro. Trabalhar ocupa a mente e ainda ajuda a ir embora mais rápido”, diz. No caso de Edson, os dias trabalhados irão reduzir em cinco meses a pena. “Era para eu sair em janeiro do ano que vem, mas, com a remição, eu conseguirei a liberdade em setembro de 2015″, comemora o detento.

Na cerimônia de inauguração, o superintendente de Atendimento ao Preso da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), Helil Bruzadelli, destacou a importância de parcerias como a da Intelbrás. “A nossa missão é custodiar os indivíduos, mas, sobretudo, acreditar na transformação deles. É comum ouvirmos que os presos precisam mesmo é trabalhar. Porém, encontrar parceiros que apostem nisso é a nossa dificuldade”, relatou o superintendente.

Por sua vez, o gerente industrial da Intelbrás, Edno dos Santos, ressaltou a satisfação da empresa em inaugurar, pela primeira vez, um galpão de trabalho dentro de um presídio de Minas Gerais. “Dar oportunidade de trabalho aos sentenciados vai ao encontro dos valores da Intelbrás. Recebi uma missão do presidente da empresa, que é a de produzir, aqui no Presídio de Santa Rita do Sapucaí, produtos com a mesma qualidade das demais unidades de fabricação. Estamos atendendo a esse pedido”, disse Edno.

O galpão de trabalho, de 40 m², chega a Santa Rita do Sapucaí, município já conhecido como “Vale da Eletrônica”. A fama é em referência à grande quantidade de fábricas do segmento instaladas na cidade, que agora passa a produzir componentes também na unidade prisional.

O Presídio de Santa Rita de Sapucaí também inaugurou um edifício de 200 m², que abriga sala de aula com ar condicionado e televisão, biblioteca, sala da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e três salas para serviços administrativos. Parceiros locais fizeram doações e as obras empregaram detentos da unidade.

Para o diretor geral da unidade, Gilson Rafael Silva, a inauguração do edifício representa a “criação de meios eficazes para o desenvolvimento do sentenciado”. A nova sala de aula, que atende a 26 detentos, e a biblioteca serão um estímulo para o preso, possibilitando a sua reinserção social por meio dos estudos.

No presídio de Santa Rita do Sapucaí, 46 presos trabalham, sendo 23 externamente, em padarias, asilos, hospitais, numa horta comunitária, em escolas, fazendas de café e na prefeitura. Outros 23 trabalham internamente, com 13 deles na Intelbrás, dois na D’leon, e oito engajados no projeto “Pedalando para a Liberdade”.

As empresas parceiras pagam aos sentenciados cerca de R$ 580 reais por mês. O salário é repassado à Seds pela empresa parceira e a secretaria é responsável por depositar a quantia em uma conta bancária aberta para o preso. Segundo o superintendente Bruzadelli, o detento recebe um cartão que lhe dá o direito de sacar o dinheiro tão logo ganhe a liberdade.

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