Mucuri: Suzano lança campanha “Suzano pela água” mais mata o Rio Mucuri aos poucos.

O dia 22 de março é mundialmente lembrado por ser o dia mundial da água, onde se promove por toda a extensão do globo terrestre ações voltadas para a educação ambiental, preservação, manutenção de mananciais e diversas outras atividades que alertam para a necessidade de se proteger essa importante fonte de vida. O planeta Terra é formado por ¾ de água (doce e salgada) a água apropriada para o consumo humano é a doce. E a Suzano vem com muito êxito asfixiando a larga escala umas das principais bacias hidrográficas da região, o rio Mucuri. Há muito tempo a imprensa questiona as ações da Suzano no rio Mucuri, a forma com que ela vem tratando o rio, jogando seus dejetos e matando aos poucos aquele que é a fonte de renda para muita gente, inclusive a própria empresa.

Nascendo na junção dos córregos Mucuri do Norte e Mucuri do Sul, no município de Ladainha-MG, o Rio Mucuri estende-se por 446 km, desde suas nascentes, considerando-se aí a nascente do Rio Mucuri do Sul, até a sua foz na cidade de Mucuri-Ba no Oceano Atlântico, tendo em toda sua extensão uma largura média de 45 metros. De acordo com o Relatório Estatístico Pesqueiro realizado pelo IEF-Instituto Estadual de Florestas de MG, em Novembro de 2003, foi catalogado 17 espécies de peixes presentes nos rios da Bacia, doze anos depois do estudo o que se observa é uma diminuição de quase 80% dessas espécies no trecho dos últimos 70 metros já no estado da Bahia, desaparecimento promovido pela constante contaminação por parte da Suzano e seus dejetos.

áudio da reunião com A ANA(agência nacional de águas) ouçam o que dizem os fiscais:

A Suzano está matando o rio Mucuri aos poucos, em um processo mais acelerado desde 2010, jogando matéria orgânica acima do permitido, e o pior sem qualquer perspectiva de readequação as normativas. Jogando sujo, a Suzano vem manipulando análises laboratoriais das águas do Rio Mucuri para conseguir se manter funcionando, em 2013 uma reunião realizada no dia 10-04 na sala de reuniões da sub prefeitura de Mucuri em Itabatan, promovida pela ANA (agencia nacional de águas) uma equipe de fiscais da entidade estaria na cidade para avaliar as irregularidades encontradas nas contra provas dos testes de laboratórios enviados pela Suzano, onde vários deles não eram compatíveis com os encomendados pela ANA (numa clara constatação de que estes eram adulterados pela Suzano).

Matando o Rio Mucuri, a Suzano não mata apenas uma grande fonte de água, uma grande fonte de vida, mas destrói também o principio de existência de onde está radicada uma das suas principais bases de operação, uma vez que o Rio Mucuri empresta o seu nome para a cidade em que está instalada uma das maiores fábricas do seu conglomerado de indústrias. A Suzano está matando a história de um povo, a história de uma cidade, destruindo aquilo que seria um legado, O trecho da BA é plano o que facilitou, em outras épocas, a navegação, transformando esta área em via de transporte de mercadorias do Porto de Caravelas até o porto de Santa Clara, e daí até Teófilo Otoni, por via férrea. Hoje restam saudades.