Prado: Bloco do MST leva assentados para protestar por reforma agrária e contra agrotóxicos
Se para os foliões da capital tudo é motivo para curtição, no interior o caso é outro. No extremo sul da Bahia, por exemplo, o bloco do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foi para as ruas do município de Prado, nesta terça-feira (17), para comemorar os avanços sociais e também para protestar. Reforma agrária, melhores condições para assentamentos, infraestrutura para geração de renda, além de cartazes com palavras de ordem contra os agrotóxicos estavam entre os assuntos abordados pelo bloco de carnaval, que chega ao segundo ano na folia de momo do Prado. Para o deputado federal Valmir Assunção, que encerrou sua participação do carnaval na Bahia na região, o evento é mais uma oportunidade de ratificar a luta pela terra e de envolver e informar a sociedade urbana sobre assuntos do campo.
“A reforma agrária é uma das saídas, tanto para produzir alimentos de qualidade, saudáveis para a população, como também para trabalhar um processo de recuperação da degradação natural que hoje existe no Brasil. E o carnaval é um instrumento fundamental para criarmos essa integração entre o campo e a cidade, para que a sociedade entenda, cada vez mais, a importância da reforma agrária e venha contribuir para a realização dela”, aponta Assunção. De acordo com o dirigente do MST no extremo sul, Evanildo Costa, mais de mil pessoas estiveram no bloco do movimento, além de Valmir Assunção, vereadores, prefeitos da região, lideranças sindicais, militantes e amigos do MST.
O tema central foi ‘Extremo sul pela vida, agrotóxico zero’ e a concentração começou às 15h, na praça de eventos, e seguiu pelas ruas da cidade a partir das 19h. O ‘MST Folia’ distribuiu camisas e foi puxado por um trio e um ônibus trio do movimento, que fez o percurso do bloco. “Estamos vivendo um momento de debate da construção da reforma agrária popular. Para nós, um dos elementos da reforma agrária popular é fazer a integração com a sociedade e com os movimentos sociais, que hoje não beneficia somente os acampados e assentados.
A reforma agrária popular é algo que debate além da geração de renda e distribuição da terra, debate a agricultura agroecológica, o desemprego e várias questões que envolvem o conjunto da sociedade, principalmente, nesse momento de mudanças climáticas, onde o agronegócio, os monocultivos de soja, eucalipto, algodão e cana têm, cada vez mais, criado transtornos ambiental e social para a sociedade brasileira”, informa Evanildo.
Por teixeiranews
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