Músicos que não estão na mídia prosperam em circuito paralelo de shows
Eles têm grandes hits que tocaram e ainda tocam intensamente nas rádios, mas já não lançam material novo – ou lançam com um intervalo muito grande entre um trabalho e outro – e nem dão as caras na mídia. Os seus filhos podem nem conhecer eles, mas todo mundo sabe cantar seus refrões e ninguém imagina que eles ainda fazem tanto sucesso Brasil afora. Existem muitos artistas que não fazem mais tanto barulho na imprensa, mas ainda têm a agenda lotada o ano inteiro.
“O fato é que grande parte dos canais de mídia, hoje em dia, não estão interessados na qualidade musical e o critério é muito duvidoso”, afirma William Wagner, da Agência Produtora, que trabalha com artistas como RPM, Sérgio Reis, Inimigos da HP, Renato Teixeira, entre muitos outros grandes nomes da música brasileira com esse perfil. “Artistas consagrados não querem arriscar a obra de uma vida em programas e matérias com pouco conteúdo e sem preocupação alguma com o talento musical”, acrescenta ele.
Segundo dados das agendas oficiais dos artistas, RPM e Sérgio Reis têm shows marcados até setembro, os Inimigos da HP têm 8 apresentações marcadas para esse mês e Renato Teixeira tem compromissos até julho. Muitos desses shows ocorrem em capitais, mas a grande maioria acontece em um circuito paralelo com cidades do interior. “O interior do país é forte para todos os tipos de artistas. Existe mais do que se imagina fora das capitais. Aliás, grande parte dos espetáculos e apresentações estão fora das capitais, isso é fato”, crava William, que acredita que muitos desses artistas decidem investir nesse perfil de carreira por opção. “Mas não por tranquilidade”, alerta ele, “pois as tours são extensas e existe, ainda, muito trabalho, muita criação”.
Exemplos como esses podem ser encontrados pelo país afora. Nomes como Guilherme Arantes, 14 Bis, Amado Batista, Biquíni Cavadão e Roupa Nova não têm uma exposição na imprensa como em outros tempos, e pouco lançam de material inédito, ou têm grandes hiatos entre um lançamento e outro, se focando em coletâneas e discos especiais ou comemorativos. No entanto, são artistas que emplacaram hits inesquecíveis no passado e até hoje se mantém firmes, não precisando da mídia para se manter ativos e lotando shows por todo o Brasil.
“O que promove o Show é a música boa e isso consolidada o artista e o torna perene”, afirma William Wagner. “É uma experiência maravilhosa gerir a carreira de artistas consagrados. Eles têm maturidade musical e nos trazem a possibilidade de troca contínua de informações e referências. Isso nos facilita o trabalho do dia a dia na gestão de tours e criação de álbuns e projetos diversos”, completa.
Sobre a diferença de agenciar a carreira de nomes já consolidados e de artistas que estão no mainstream, ele acredita que há muitas peculiaridades. “A diferença principal é que já percorremos o caminho e chegamos onde queríamos. ‘Atravessamos a arrebentação’. Isso nos dá estabilidade de trabalho pois já conquistamos nossos fãs. Com isso, não ficamos à mercê de um ou outro interesse que não seja a boa qualidade musical. A partir desse estágio só os fãs e a boa música é o que interessa”, conclui ele.
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