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Entretenimento - 26 de janeiro de 2015

“Amor, Plástico, Barulho” inicia ano forte para mulheres no cinema nacional

 

Desde que a Universidade de San Diego começou a medir a participação das mulheres na televisão e no cinema dos EUA, em 1998, o cenário não é animador. Apenas 7% dos blockbusters foram dirigidos por elas em 2014, porcentagem que se mantém praticamente a mesma há 17 anos. O Brasil não escapa dessa desigualdade de gênero nos postos de comando de produções cinematográficas, mas 2015 promete ser especial para as cineastas brasileiras, que estão à frente de mais de dez filmes previstos para o ano.

Na direção de “Amor, Plástico, Barulho”, que chegou a 12 salas brasileiras nesta quinta-feira (22), Renata Pinheiro comemora o fato de ser a primeira mulher do Recife a lançar um longa de ficção. “Fiquei sabendo disso há pouco tempo, e isso me deixa muito feliz”, disse a diretora.

O filme é focado em duas cantoras de música brega no Nordeste, uma com a carreira em ascensão e a outra em declínio. A atriz Maeve Jinkings (“O Som ao Redor”) vive a personagem decadente, que não pode acompanhar a infância da filha em nome da carreira. “O filme vem para quebrar preconceitos em relação à musica e às mulheres também. Contribui para entender o papel da mulher na sociedade, mas sem rótulos. A mulher não é isso ou aquilo. A mulher é tudo.”

Você não diz: ‘isso é um cinema masculino’, mas sempre tem essa visão quando é a obra de uma mulher. Define-se o que é o feminino. Como se o feminino partisse de uma diferença do geral, do masculino.

Trabalhando com cinema desde 1999, quando estreou como diretora de arte em “Texas Hotel”, de Claudio Assis, Renata diz que percebe o machismo à sua volta, quando sente a necessidade de provar sua competência acima de tudo. No entanto, ela diz que não vale a pena se colocar no papel de vítima e que vem sentindo que a participação das mulheres no cinema vem aumentando consideravelmente nos últimos anos.

Mesmo trazendo um filme que discute o papel da mulher na sociedade, a diretora afirma que quer ser livre para falar do que quiser. No seu próximo trabalho, garante, os personagens centrais serão masculinos. “Todo cineasta tem a função de fazer filmes que contribuam para a nossa vida, nossa cultura, que quebrem preconceitos. Tem que fazer filme engajado, tem que levantar questões, e há mil e uma maneiras de se fazer isso”, disse ela.

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