Criolo volta ao estúdio e diz que precisa aprender a se expressar melhor
O cotidiano das quebradas, cantado com lirismo, sempre foi o grande trunfo de Criolo –mesmo que, há quatro anos, ele estivesse decidido a se aposentar da batalha pelo microfone de cada dia. “Velho, eu precisava arrumar trampo de algum bagulho, né? Tem que pagar luz, comida, vestir”, diz ele.
Passado o momento de hesitação, Criolo está novamente em um estúdio em São Paulo para gravar seu novo disco, com a mesma turma que ajudou a dar a “Nó na Orelha”, seu segundo álbum, uma aura de clássico contemporâneo. Pilotado pelos parceiros Daniel Ganjaman e Marcelo Cabral, o disco lançado em 2011 colocou o cantor em um caminho mais popular. O reconhecimento veio da torcida fanática nas grades dos shows, sempre lotados, mas também de uma claque mais VIP.
Criolo já dividiu o palco com Ney Matogrosso e Caetano Veloso, compôs para Gal Costa, chamou atenção de Chico Buarque ao modernizar “Cálice” e, agora, celebra uma nova amizade nos palcos. A vontade de cantar as canções do paulista fez com que Milton Nascimento convidasse o rapper para uma série de shows. “Procuro pensar que são pessoas que eu conheci na vida e que gostam de mim e eu gosto delas. Se você parar para pensar na obra de cada uma delas, é capaz de você ficar mudo”, ele observa, reforçando sua simplicidade.
No palco, a conexão de Criolo é direta com o público, mas a clara compreensão nem sempre encontra o mesmo eco nas entrevistas. O assunto pode ser Copa do Mundo, política, a cidade de São Paulo: para ele, as questões vêm em camadas e, como se seu pensamento fosse sempre musicado, costuma lançar mão de analogias para responder (“Falam de todas as cores de azul, mas são as cores de azul que te mostraram. Se você quiser criar uma cor de azul, vamos ver se vão aceitar”, ele devolve sobre as eleições presidenciais).
Em entrevista a Lázaro Ramos no programa “Espelho”, do Canal Brasil, Criolo acabou virando meme na internet ao digressionar sobre a emergente classe C brasileira. As analogias sobre os mais variados tipos de leite viraram piadas na mão dos internautas. Dessa vez, ele diz que as pessoas estão certas em fazer troça: “Eu realmente preciso aprender a me expressar melhor”.
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