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Entretenimento - 18 de outubro de 2014

“Relatos Selvagens” cruza linha entre civilização e barbárie, diz diretor

 

Indicado pela Argentina para concorrer ao Oscar de filme estrangeiro, “Relatos Selvagens”, do diretor Damián Szifrón, arrancou risadas e aplausos da plateia de mais de 800 convidados da abertura da 38ª Mostra de São Paulo ao trazer histórias de vingança com muita violência e humor negro. Nas cenas, facas, bombas, carros e aviões são usados no momento em que os personagens do longa _que é dividido em seis histórias curtas_ perdem o controle e resolvem detonar o motivo das suas frustrações.

Entre o público, o riso que se ouvia não era aquele do tipo nervoso, comum em sessões de filmes de terror, mas gargalhadas libertadoras, que pareciam se ver “vingadas” de alguma forma por ver o longa. O que faz pensar que, em tempos de cisão, tensão e ódio pré-decisão eleitoral, um filme como esse pode servir como válvula de escape para o público.

Tudo o que é evitado, por motivos óbvios, na vida real, ganha muita liberdade nas seis histórias apresentadas no filme. Uma delas conta com o mais “onipresente” ator do cinema argentino: Ricardo Darín. “É um filme que ultrapassa a fronteira da civilização para a barbárie. Espera-se que você não se deprima, que procure um psicólogo, mas ninguém está esperando uma explosão”, disse o diretor Szifrón, em encontro com jornalistas em um hotel em São Paulo. Também responsável pelo roteiro, ele contou que não é do tipo que tem reações explosivas na vida real, mas o ofício de escritor e diretor é uma forma de transformar a angústia e a ansiedade em algo positivo e artístico.

Em “Relatos Selvagens” há personagens corruptos, assassinos, preconceituosos e, claro, explosivos, mas o diretor retrata suas histórias sem julgá-los. “Escrevi esses contos como divertimento, não tinha intenção de filmá-los”, disse. “Gosto que esse momento de loucura apareça aí, no roteiro, porque não estou usando o dinheiro nem o tempo de ninguém. Sou eu e meu caderno”. O controle, diz ele, só é assumido no momento da direção. “O improviso eu faço na escrita. Quando chego no set, controlo o improviso, porque quero tocar aquela música que já foi escrita”.

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