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Entretenimento - 5 de setembro de 2014

Com cenas de tortura, filme sobre Amarildo terá estreia no Festival do Rio

 

O desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, visto pela última vez ao ser detido por policiais na comunidade da Rocinha, no Rio, virou tema do documentário “O Estopim”, que terá estreia no Festival do Rio, realizado entre os dias 24 de setembro e 8 de outubro. Dirigido por Rodrigo Mac Niven, o filme mistura encenação com atores e depoimentos reais e foca na discussão da conduta policial dentro das favelas.

“O caso Amarildo foi o estopim não apenas para a mobilização de outras comunidades, mas principalmente para expor as fragilidades de um projeto de segurança pública militarizado. Essa história precisava ser retratada”, explicou o diretor do filme, que escolheu o ator Brunno Rodrigues para o papel de Amarildo.

Sem receber cachê, os 40 profissionais envolvidos participaram da produção de forma colaborativa. Brunno foi convidado por meio do Facebook para o longa e topou logo de cara por considerar que seu “rosto estaria estampado em um projeto de amplitude sócio-cultural”.

Ao lado de Rodrigo, Brunno realizou processos de pesquisa aprofundados sobre o caso por cerca de dois meses e conheceu a vida de Amarildo com a ajuda do melhor amigo do ajudante de pedreiro, Carlos Eduardo Barbosa, o Duda. “Tive que emagrecer 10 kg. Não para ser idêntico a Amarildo, mas para não criar uma distância do que ele era. Por meio de sua vida na Rocinha e da ajuda da família, conheci como ele era enquanto ser humano”, disse o ator, que conta ainda que a mulher e os filhos de Amarildo aprovaram o documentário.

De acordo com a produtora do filme, Mariana Genescá, mesmo reunindo declarações do delegado que acompanhou o caso de Amarildo e de familiares do desaparecido, o longa-metragem não tem como objetivo fazer uma investigação sobre o sumiço do ajudante de pedreiro.

“O filme busca uma discussão mais ampla do que investigar. Hoje temos uma população negra, favelada, que tem medo e não fica imune dentro do lugar que mora, com o abuso de violência e de terror. No domingo, teve uma pessoa que tomou um tiro de um policial e ficou em coma. Portanto, a ocupação da polícia na favela não é uma solução”, defendeu Mariana, que ressalta que o longa é independente e não contou com financiamento ou patrocínio.

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