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Entretenimento - 5 de setembro de 2014

Aos 16 anos, MC Gui quer renovar funk

 

MC Gui é o retrato exato do talento precoce. Com apenas 16 anos, o garoto não tem só altura de homem, mas atitude também. Mesmo assim, ao entrar em uma conversa descontraída com Gui, como a que ele teve com o Terra, em um restaurante de São Paulo, nesta terça-feira (2), é possível identificar algumas características típicas de um menino que transborda alegria. Mais ou menos como aquela criança que não segura a emoção ao ganhar uma bicicleta, ou um videogame, na noite de Natal.

A bicicleta de Guilherme Kaue Castanheira Alves é O Bonde é Seu, seu primeiro trabalho ao vivo, lançado em CD e DVD, e a confirmação de seu sucesso arrebatador. Porém, mesmo com shows marcados em todo o Brasil, Gui não esqueceu do passado. “Eu já cheguei a andar com tênis rasgado, e hoje posso deitar no travesseiro e pensar: ‘poxa, tudo que eu sonhei está acontecendo’”, comemora, com os olhos cheios de brilho.

Ainda assim, MC Gui é somente um garoto. Por isso, é observado de perto pelo pai, Rogério Alves, agente e responsável pela carreira do cantor. Ao final de cada encontro com jornalistas, Rogério corre para perto do filho, dá assistência, enche de conselhos e entrega um suco de laranja. “Tem que ter alguém por perto também, que tenha uma boa cabeça. No meu caso, esse alguém foi meu pai”, não se cansa de lembrar. A família, aliás, foi fundamental para superar a morte do irmão, Gustavo Castanheira, em abril. Um ano mais velho, Castanheira, que era o melhor amigo de Guilherme, sofreu uma parada cardíaca após abusar do uso de energéticos. Por isso, garçom, desce mais um suco.

Mas a ambição de Gui vai muito além de shows, DVDs, correntes de ouro e sucos de laranja. Ele sonha em deixar o nome na história do funk, revolucionar e mudar a direção do estilo, um dos mais controversos da música brasileira nos dias de hoje. Sem medo de críticas, Guilherme sente orgulho do caminho traçado até hoje. “Estou passando uma mensagem muito diferente de muitas coisas que existem no funk. Quero passar alguma coisa que seja uma inspiração para todas as idades”, afirma.

De fato, sua música não é das mais comuns quando se fala de funk. Em Sonhar, por exemplo, um dos maiores sucessos do cantor, a melodia conta com auxílio de instrumentos de corda estranhos ao estilo, como violão e violino. A letra também não faz o estilo “pegador” que muitos nomes do ramo costumam mostrar. “Não nasci na rua, mas me joguei nela. Sou mero aprendiz, na vida de favela. Onde eu tenho certeza, que a fé nunca morre e a vida real não parece novela”, começa, utilizando sua própria história como inspiração. “Não pode chegar tão longe. Porque o pai não vai deixar a filha ficar escutando essas coisas, entendeu?”, diz ele, sobre letras com apelo sexual que costumam dominar o universo do funk.

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