Centenas de índios pedem abrigo do Exército em Humaitá (AM)
Um clima de guerra tomou conta do município amazonense de Humaitá (a 675 quilômetros a sul de Manaus) nos últimos dois dias e fez com que 141 índios de várias etnias que moram na Terra Indígena de Tenharim pedissem refúgio e proteção do Exército Brasileiro no local. A reserva de Tenharim fica entre os municípios de Humaitá, Apuí e Manicoré, e é cortada pela rodovia BR-230, a Transamazônica
Em alojamentos do 54º Batalhão de Infantaria de Selva, na própria cidade de Humaitá, estão abrigados 34 crianças indígenas, seis idosos, 38 mulheres – algumas delas grávidas -, e 65 homens. Segundo o Exército, esses 141 refugiados estavam no perímetro urbano retornando para as aldeias, mas foram impedidos de retornar após serem ameaçados por populares durante protestos na noite de quarta (25).
Mais de 3 mil pessoas invadiram, depredaram e incendiaram prédios da Fundação Nacional do Índio (Funai), da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), no mínimo dez veículos (como carros e caminhonetes) e duas embarcações de propriedade da União, que estavam atracadas na orla da cidade. Os 186 policiais militares que atuam em Humaitá, contando até com quem estava de folga e foi convocado emergencialemtne, não conseguiram conter a população.
A região possui histórico de conflitos e tensão entre grileiros, invasores e os índios. Essa última revolta contra os indígenas de Tenharim começou depois que três homens desapareceram na rodovia BR-230, no último dia 16 de dezembro, e nenhuma autoridade deu retorno para os familiares sobre as investigações. Pessoas disseram terem visto o grupo pela última vez em um carro preto, com características parecidas com as do veículo que levava os três homens, no KM 85 da estrada.
O desaparecimento do trio foi registrado e a Polícia Federal de Rondônia (PF-RO) se responsabilizou pelo caso. Com mais de uma semana sem respostas do Poder Público, familiares e amigos se revoltaram contra aqueles que eles consideram culpados: os indígenas.
A população usou barris de combustível, pedras, rojões de fogos de artifício e coquetéis molotov contra as propriedades da União. “O nosso efetivo não deu conta, a população fez os policiais militares recuarem após um longo confronto. Eram 3 mil contra 100”, conta o vereador Edvaldo França, de Humaitá, que é sargento da Polícia Militar (PM) de licença.
Alguns dos 141 índios abrigados no Exército estavam recebendo atendimento médico na Casa de Saúde do Índio, prédio administrado pela Funasa, e tiveram que fugir da confusão. “A maioria mulheres e crianças estão com problemas de saúde. Os índios não podiam retornar. A via de acesso à aldeia estava bloqueada”, declarou o coronel Mendonça, do Comando Militar da Amazônia (CMA).
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