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Mulher - 2 de dezembro de 2013

Ponto G: afinal, ele existe ou não?

 

Afinal de contas, existe ou não o tal do “ponto G”? Dá para localizar essa região mágica de prazer nas mulheres? É possível definir uma anatomia para ele ou cada mulher tem uma zona erógena onde sente mais prazer? As perguntas são muitas e as respostas divergem. Especialistas dizem que há um caminho para encontrá-lo. Outros, no entanto, dizem que a existência do ponto G é um mito. Só uma coisa é certa: a polêmica continua!

As pesquisas surgem e os resultados diferem. Um estudo publicado no “Journal of Sexual Medicine do King’s College” de Londres, realizado no começo de 2012, afirma que a suposta zona erógena pode nem existir. Após analisar mais de 1.800 mulheres, os pesquisadores não acharam provas da existência desse ponto mítico e mágico. Outro estudo, publicado no “The Journal of Sexual Medicine” e divulgado em abril de 2012, afirmou ter encontrado o ponto G na região genital feminina, além de ter feito um mapa anatômico da zona erógena que é responsável por intensificar orgasmos.

E de onde vem o nome? A história é simples: em 1944, o obstetra e ginecologista alemão Ernest Gräfenberg apresentou uma pesquisa relatando a descoberta do tal ponto em 1944. Quase 40 anos depois, os pesquisadores norte-americanos Beverly Whipple e John D. Perry é que criaram o nome numa homenagem a Gräfenberg, num trabalho científico deles publicado em 1982, chamado de “O ponto G e outras recentes descobertas da sexualidade humana”.

A médica urologista e terapeuta sexual Sylvia Marzano avalia que é incerta a existência do ponto G. “O local existe como uma rugosidade na porção anterior da vagina, uns 3 cm para dentro do intróito vaginal. Mas ainda não se sabe se é um ponto que todas as mulheres sentem prazer. Muitas gostam quando o parceiro coloca o dedo na vagina e comprime ritmicamente esse local”, observa. No entanto, para a médica, a questão é mais ampla do que tratar-se apenas de um ponto físico corporal.

“Anatomicamente o ponto G não existe”, opina a sexóloga e ginecologista Carol Ambrogini. “Biópsias realizadas no interior da vagina não mostraram nenhuma variação. O que ocorre é que a base do clitóris se encontra sobre esta região e talvez por isto o estímulo neste local seja mais prazeroso para algumas mulheres. O ponto G não existe e está também é a opinião da sociedade internacional de medicina sexual”, explica Carol, que também é coordenadora do Projeto Afrodite, um centro de sexualidade feminina do Departamento de Ginecologia da Unifesp.

Na opinião da professora de Ginástica Íntima e colunista de amor e sexo do Tempo de Mulher, Regina Racco, o ponto G é real e nem é tão difícil de achar. Mas, para ela, não é um ponto e sim uma região com ligação direta com o clitóris. “Ele fica a meio caminho entre a entrada da vagina e o final do canal vaginal. É facilmente alcançado introduzindo-se o dedo indicador e voltando o dedo para frente fazendo um movimento de um lado a outro até encontrar um local que nos dá a sensação de algo rugoso e um prazer muito grande ao toque, Aí é a região do ponto G”, opina Regina Racco.

A questão de o ponto G existir ou não é tanta que até já existe um tipo de orgasmo para ele: o orgasmo do ponto G. Mas, para Carol Ambrogini, o orgasmo não muda se for obtido na vagina ou no clitóris, por exemplo. “É a mesma sensação. O que faz o orgasmo ser menos ou mais intenso é o grau de excitação prévio a ele. Do ponto de vista científico esse tipo de orgasmo não existe”, explica a sexóloga.

Para Débora Pádua, fisioterapeuta especializada em Uroginecologia e autora do livro Prazer em conhecer – Você acha que sabe tudo sobre sexo? (Ed. Alaúde), o ponto G existe, mas ela não entende que seja um ponto específico e acessível a todas as mulheres. “Acho que o ponto G é um lugar mais sensível dentro do canal vaginal e que algumas mulheres têm mais facilidade para acessar esse ponto e outras nem tanto. Mas acredito que não é aquela coisa onde existe um ponto exato para todas as mulheres que, estimuladas nesse ponto, têm um orgasmo”, opina Débora.

Segundo Sylvia, cada mulher pode ter vários pontos G se souber explorar o corpo. E cada pedaço do corpo feminino pode ser uma zona erógena passível de proporcionar muito prazer e orgasmos incríveis. “Basta que ela aprenda e ensine ao parceiro como gostaria de ser tocada. Mas ainda acho que as mulheres têm dois pontos G: os ouvidos”, completa.

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