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Saúde - 25 de setembro de 2013

jovens acreditam que anticoncepcional evita DSTs, diz pesquisa

 

Um estudo que ouviu 30 mil pessoas em 37 países concluiu que o uso de camisinha na primeira relação aumenta em três vezes o uso de proteção ao longo da vida e o Brasil, que correspondeu a 66% dos entrevistados, foi o país no qual a maior parte das pessoas disse ter usado proteção na primeira vez. O material foi divulgado nesta segunda-feira (23) durante o Congresso da Associação Mundial de Saúde Sexual, em Porto Alegre.

De acordo com o levantamento, entre os brasileiros, as chances de contrair uma Doença Sexualmente Transmissível (DST) ou de ter uma gravidez não planejada é duas vezes menor do que entre aqueles que não usaram camisinha na primeira vez. A educação sexual tem muita relação com estes resultados, uma vez que, entre os que não receberam nenhum tipo de orientação, as chances de não utilizar nenhum tipo de proteção durante relações sexuais aumentam duas vezes.

O objetivo do estudo Durex Global Face do Sex, que ouviu pessoas com idades entre 18 e 64 anos, era entender os impactos da orientação e educação sexual na infância e adolescência no comportamento sexual, além das particularidades de cada país, e avaliar os efeitos do uso da camisinha na primeira relação. No Brasil, foram ouvidas 1.004 pessoas (54% homens e 46% mulheres)  e os números mostraram que é o país no qual as pessoas afirmam ter usado proteção desde a primeira experiência sexual.

A educação sexual também começa mais precocemente no País, antes dos 13 anos, enquanto que crianças e adolescentes de outros países começam aos 14 anos. Na Índia, por exemplo, a educação sexual começa a partir dos 16 anos. “Nossa vida sexual começa mais cedo, e o que acaba acontecendo é que acabamos oferecendo educação sexual para os nossos adolescentes em cima da hora, quando estão com a vida sexual iniciada ou prestes a iniciar”, avalia a coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, psiquiatra Carmita Abdo.

Segundo ela, esta falta de informação faz com que alguns jovens acreditem que as pílulas anticoncepcionais previnam não apenas uma gravidez, como também a transmissão de doenças sexuais. “Porque acaba tendo esse problema da falta de conscientização maior, ou falta de conhecimento, e é incrível como alguns jovens acreditam que a pílula anticoncepcional pode proteger de doenças sexualmente transmissíveis, em algumas regiões do País esses desconhecimento chega a esse ponto”.

Segundo Drª Carmita, estudos mostram que jovens que tiveram educação sexual não começam a ter relações mais precocemente porque “eles começam mais orientados, escolhem melhor os parceiros, se guiam por uma decisão pessoal e não por pressão do grupo”, explica. Apesar da educação sexual no Brasil começar em média aos 13 anos, a psiquiatra considera que ainda não está adequada a com a realidade local, uma vez que a iniciação começa a partir dos 15 anos, em média, ”mas se sabe que existem adolescentes que começam com 12, 13, 14 anos…”.

“O dia em que conseguiremos a educação sexual ideal será o dia em que isso acontecerá na família, porque os pais conhecem seus filhos e desde os 3, 4 anos, as crianças começam a ter curiosidade, fazem suas primeiras perguntas, que muitas vezes não vão sendo respondidas, e dão a impressão de que é um assunto que não é bem quisto, e que não deve continuar”, concluiu.

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