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Homem - 9 de setembro de 2013

Especialistas discutem o papel do pai na formação dos filhos

 

O escritor Millôr Fernandes tinha, entre muitas de suas tiradas irônicas, duas frases para definir a relação entre pais e filhos. Numa ele dizia que pais e filhos não foram feitos para serem amigos, mas para serem pais e filhos. Em outra ele afirmava que metade da vida é estragada pelos pais e a outra metade pelos filhos. Brincadeiras à parte, especialistas são categóricos ao afirmarem que a figura do pai é tão importante hoje quanto a figura da mãe no desenvolvimento da criança.

O analista de negócios Yuri Kerr, de 24 anos e pai de um menino de 10 meses e meio, conta que o pai, além de passar a ideia de autoridade e de segurança, deve ser inicialmente amigo do filho. “Procuro sempre dedicar parte do meu dia para ele, em atividades como a hora do banho e a hora de dormir”, observa. Ele diz que o valor mais importante que pretende ensinar ao filho é o respeito. “A partir do respeito você conquista as outras coisas”, completa. Além disso, ele procura dividir os cuidados com o bebê com a mulher para ninguém ficar sobrecarregado nas tarefas domésticas. “Esses dias mesmo, por exemplo, eu fiquei com ele de manhã porque a mãe dele foi numa entrevista de emprego. Acordei, dei banho, café da manhã e saí de casa”, conta Yuri.

Essa presença efetiva dos pais, explica o pediatra Moises Chencinski, membro do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo, teve um “empurrão” da própria mulher. “Assim como a mulher foi buscar seu espaço no mercado de trabalho, o homem está começando a buscar seu espaço dentro da família e dentro de casa. Ele não é mais só aquele provedor financeiro. Hoje a mulher, em igualdade de condição, “empurrou”, digamos assim, o homem para dentro do lar chamando-o para suas responsabilidades”, analisa Moises.

Para a especialista em educação e comportamento infantil Cris Poli, que apresenta o programa “Super Nanny” no SBT e é autora dos livros “Pais Responsáveis Educam Juntos” e “Filhos autônomos, filhos felizes”, a figura paterna é fundamental no desenvolvimento do ser humano como referencial de autoridade masculina, de papel masculino na estrutura familiar e como companheiro da mãe nas decisões que tem a ver com os diferentes momentos da vida familiar.

Cris explica que um pai presente e dedicado é aquele que, entre outras coisas, organiza sua vida para poder ter momentos de interação com os filhos e aponta como um dos principais erros que pais costumam cometer durante a formação dos filhos é fazer todas as vontades ou participar apenas nos momentos de brincadeiras sem se posicionar como educador nesse processo de formação do caráter das crianças. “Um pai dedicado e presente é o que organiza sua vida para poder ter momentos de interação com os filhos, que participa da educação junto com a mãe, que tem tempo de qualidade com toda a família e que entende que sua família e a educação dos filhos são prioridades em sua vida”, avalia Cris.

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