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Entretenimento - 8 de setembro de 2013

Boy bands são aposta para nova onda do pop brasileiro

 

Entre uma entrevista e outra, os americanos Wesley, Drew, and Keaton, do Emblem 3, observam pela janela a movimentação. “É uma loucura. Já tivemos um rápido contato com elas no aeroporto. É engraçado ver de perto toda a movimentação que ouvimos pelo Twitter sobre as fãs brasileiras”. O trio é novato e acaba de lançar seu disco, após ficar em 4° lugar no reality show “X-Factor”. Parafraseando um bordão que o brasileiro adora usar para falar da Copa do Mundo, dá para se perguntar: imagina quando for o One Direction?

Enquanto os ingleses – que hoje sustentam o título de maior boy band de todos os tempos agora – não desembarcam por aqui, as adolescentes não terão problemas em encontrar um ídolo para chamar de seu e defendê-lo nas redes sociais. É a hora e a vez do pop na música brasileira. Se até o funk tem servido de embrião para a criação de artistas pop, como Anitta e Naldo, é claro que as boy bands, carro-chefe por excelência do gênero, não ficaria de fora. Um bom estilo é determinante para o prazo de validade de um grupo. “A identidade visual é um item essencial”, diz Hélio Leite, braço direito de Rick Bonadio e responsável pelo marketing musical do Estúdio Midas. O cabelo e a roupa precisam servir de referência para os meninos e criar a imagem perfeita no imaginário feminino. “O One Direction parte para o glamour total. Isso precisa, de algum jeito, influenciar a geração. Com os Beatles foi assim”, diz Afonso

Todo mundo precisa saber cantar bem, mas você vai precisar de um grande cantor no grupo. “O ‘N Sync tinha o Justin Timberlake, com aquele falsete. O Menudos tinha o Robbie Rosa”, aconselha Afonso, Rick Bonadio diz que procura nos artistas uma característica que eles mesmos desconhecem. Afonso Nigro é mais direto e afirma que a seleção é semelhante à escolha dos participantes de um reality show: “Sempre tem que ter um integrante que seja mais galã, outro que é mais comunicativo, um que dança melhor. Esse é o grande segredo” Você não precisa necessariamente saber dançar ou tocar algum instrumento. Mas é necessário fazer algumas concessões para que o produto final atinja em cheio seus objetivos. “É necessário saber estimular as qualidades e corrigir os defeitos sempre dando liberdade ao desenvolvimento”, diz Rick Bonadio. Michael, do P9, observa: “O jeito de se vestir… claro que a gente não decide tudo, mas está dentro dos padrões que a gente curte”, garante. “Eles entendem mais do que a gente”

O termo boy band já foi usado para definir bandas clássicas como Beach Boys e Beatles, além de artistas da soul e da black music, como Jacksons 5 e The Tempations. Hoje o termo é usado cada vez menos para designar um grupo vocal do que para chamar uma banda, digamos, fabricada. “É um produto, não tem como dizer que não. E com prazo de validade”, diz Afonso Nigro, produtor musical e um dos “pais” dessa geração – embora as adolescentes de hoje perguntem “quem?” ao ouvir seu nome. Um dos jurados do “Ídolos Kids”, Afonso cantou e dançou, com o terno impecável (para os anos 1980), no Dominó, uma das primeiras boy bands de sucesso tupiniquim. “É uma fórmula a se seguir. E por isso que esse tipo de grupo é tão criticado. Há uma indústria por trás”, explica. “Nós brasileiros que criamos esses ‘conceitos’ tortos”, rebate Helio Leite, um dos braços direitos de Rick Bonadio e responsável pelo marketing musical do estúdio Midas. “Acho que nós somos preconceituosos e achamos que todo movimento de massa é ruim. Para mim, isso é coisa de velho”, ri.

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