BA: Lista inclui governador Jaques Wagner na lista dos 60 mais influentes do país
O ex-presidente Lula gosta dele. Na intimidade, ou mesmo no calor da hora dos comícios, costuma chamá-lo de “Galego”, devido à pele alva e aos olhos azuis. A admiração surgiu no auge das denúncias envolvendo o escândalo do mensalão, em 2005, e desde então o atual governador da Bahia, Jaques Wagner, de 62 anos, cultiva a fama de bom negociador. E de bom bombeiro, hábil na difícil tarefa de contornar crises. Seu prestígio na cúpula do PT dominada por Lula é alto.
Jaques Wagner não é da Bahia. É do Rio de Janeiro, safra 1951, com aniversário no dia 16 de março, nascido no seio de uma família judia que fugiu do nazismo. Seu pai militou no Partido Comunista da Polônia. Com 15 anos, o filho começou a fazer política no movimento sionista carioca. Leitor de Marx, em 1969, quando cursava engenharia civil na PUC-Rio, interessou-se mais pelos destinos do Brasil. Num momento delicado, logo após a implantação do AI-5, presidiu o diretório acadêmico. Em 1973, perseguido pelo regime militar, abandonou o curso e deixou o Rio. Chegou a Salvador em 1974, de ônibus, depois de uma temporada escondido em Minas Gerais. Desde então nunca mais saiu da Bahia, estado onde iniciou sua trajetória profissional e se especializou na política.
Na política tradicional, iniciou a trajetória em 1990, quando foi eleito deputado estadual pelo PT baiano, e reeleito em 1994 e 1998. Na Câmara, liderou a bancada petista em 1995. Em 2002, deu o primeiro passo rumo ao governo da Bahia, ao disputar sua primeira eleição majoritária, candidatando-se a prefeito de Camaçari. Perdeu. Como perdeu a eleição para governador, dois anos depois, para Paulo Souto, do PFL. Mesmo assim, o desempenho nas urnas não foi considerado ruim: pôs 200 mil votos de frente em Salvador e somou mais de dois milhões de votos no Estado.
Em julho de 2005 substituiu Aldo Rebelo na pasta de Coordenação Política e Articulação Institucional. A mudança permitiu que o deputado comunista – atual ministro dos Esportes, encarregado das negociações com a Fifa para a realização da Copa do Mundo de 2014 – pudesse disputar, e ganhar, a presidência da Câmara dos Depurados. O triunfo, segundo muitos analistas, marcou o início do fim da crise no governo Lula. Àquela altura, o enfraquecimento dos principais quadros do PT em meio às acusações de corrupção e compra de votos no Congresso favoreceu políticos de perfil mais discreto – o contrário de José Dirceu, por exemplo. Jaques Wagner cresceu mais ainda, tanto interna como externamente, no papel de moderado interlocutor das oposições. Por conta dessa nova função, consta que o carioca-baiano tenha ganhado mais um apelido, dado por Lula: “Pacificador”.
Foi eleito governador da Bahia em primeiro turno, no pleito de 2006, surpreendentemente pondo fim à hegemonia no estado do grupo político capitaneado pelo DEM (à época PFL). A virada eleitoral aconteceu em 48 horas. No dia anterior à votação, uma pesquisa do Ibope revelou o crescimento de Jaques Wagner (de 31% para 36%) e uma queda do candidato à reeleição Paulo Souto (de 48% para 44%). Nem mesmo Lula acreditava na vitória em primeiro turno. Mas o “Galego” insistia que sim, pois contava com o apoio de um número maior de prefeitos de cidades do interior, aliara-se ao PMDB de Geddel Vieira Lima e possuía mais tempo de propaganda na TV. Desde 1990, quando se recuperou da derrota imposta pelo ex-ministro da Defesa Waldir Pires, o senador e cacique baiano Antônio Carlos Magalhães (que morreria em 2007) reinava absoluto na política estadual.
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